Brasil é segundo em contaminações pela Covid-19, depois de EUA
02 maio 2020 às 15h20
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Com pelo menos cinco mil casos confirmados desde a última terça-feira, 28, e mais de 400 mortes diárias, país pode se tornar novo polo de disseminação da doença para o mundo
Com mais de cinco mil novos casos e mais de 400 mortes diárias desde a última terça-feira, 28, o Brasil se tornou o segundo epicentro da Covid-19 no mundo. As informações são da Universidade Johns Hopkins (EUA), que afirmou que o país só fica atrás dos Estados Unidos em novos casos.
No último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, foram registrados novos 6.209 confirmações de infecções pelo novo coronavírus e 428 óbitos em um período de 24 horas. Ao todo, já são contabilizados 91.589 acometidos e 6.329 vítimas da doença. Para o ministro da Saúde, Nelson Teich, a curva das contaminações no Brasil são como a subida de uma montanha-russa, cuja altura ainda é desconhecida.
De acordo com o professor de infectologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mauro Schechter, ao Jornal O Globo, especialistas veem o Brasil como nova fronteira. “Nas próximas semanas, os dois principais países em que haverá um crescimento acelerado de casos serão Estados Unidos e Brasil. O resto do mundo está desacelerando, crescendo muito pouco”, disse.
Segundo Schechter, a queda do isolamento social fez com que o Brasil registrasse a mais alta taxa de contágio entre 48 nações estudadas pelo Imperial College, de Londres. Para Ana Luisa Gomes, doutora em epidemiologia da Fiocruz, o Brasil, de fato, pode se tornar o epicentro da Covid-19. “Como a América Latina foi um dos últimos lugares a receber a Covid-19, é natural que a gente se torne um epicentro, o que é diferente de ser o país com maior incidência. Epicentro é, naquele momento, onde tem a maior disseminação da doença, e, portanto, de onde ela pode sair para outros lugares”.