O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que Brasil deu uma lição de democracia ao mundo com a conclusão do julgamento do núcleo central da trama golpista, que culminou na prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes. A fala foi feita durante o evento de sanção da medida que isenta o Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, 26.

“Ontem [terça-feira], esse país deu um passo importante, […] deu uma lição de democracia ao mundo. Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora, e fez um julgamento primoroso, onde não tem uma acusação de oposição, é tudo acusação de dentro da quadrilha que tentou dar um golpe nesse país”, afirmou o presidente.

E complementou: “Primeira vez na história do país, pela primeira vez em 500 anos na história desse país, você tem alguém preso por tentativa de golpe, você tem um presidente, um ex-presidente da República e você tem quatro generais de quatro estrelas presos numa demonstração de que democracia vale para todos”, prosseguiu.

Lula ainda disse que estava “feliz”, mas sem relação com as prisões, e, sim, porque o Brasil “demonstrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude.” Essa a primeira manifestação pública do presidente sobre a conclusão do processo.

Nesta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal da Federal (STF) que o processo da trama golpista transitou em julgado. Ou seja, a Corte Suprema entendeu que não cabe mais recursos e abriu caminho para o cumprimento das penas dos condenados.

Além de Bolsonaro, foram determinadas as prisões para Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Paulo Sério e Augusto Heleno foram detidos nesta terça. Braga Netto já estava preso.

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