Filiação ocorreu após uma negociação de um mês com o presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, e tem um único objetivo, que é o de concorrer à reeleição nas eleições de 2022

Aos gritos de “Mito!”, “Bolsonaro!”, com um tom mais moderado, e acenos para políticos do Centrão e até mesmo para a imprensa, o presidente da República Jair Bolsonaro selou nesta terça-feira, 30, o casamento com o PL. A filiação foi feita após uma negociação de um mês com o presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, e tem um único objetivo, que é concorrer à reeleição nas eleições de 2022.

A decisão pelo PL, de acordo com Bolsonaro, não foi fácil porque vários partidos quiseram o passe eleitoral do presidente, como o Republicanos e o Progressistas. “A filiação é como um casamento, seremos uma família e vocês todos fazem parte da nossa família”, parafraseou o presidente. Este caminho foi pavimentado dentro do Congresso Nacional, que esteve presente com vários representantes do Legislativo no ato de filiação do presidente da República ao PL.

O presidente Nacional da Sigla também enalteceu a chegada de Bolsonaro, a quem cita como responsável pela retomada econômica do Brasil. “Seja bem vindo ao 22 [código eleitoral do partido], seja bem vindo ao Partido Liberal”, discursou. Temos a noção exata da responsabilidade que é empunhar as bandeiras de sua obra à frente de um governo que nunca se intimidou”, acrescentou Valdemar.

Além de Bolsonaro, também assinaram a ficha de filiação o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e o ministro de desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL). “Agradeço a todos que acreditaram e que continuam acreditando no governo Bolsonaro”, discursou o senador Flávio, que critica os “traidores”. Sem citar nome, as insinuações são para o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (Podemos).

Composições para 2022

A filiação passou pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), pelo senador e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), e por políticos outros políticos citados, como o presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Segundo ele, os políticos o procuraram para concorrer à presidência pelas siglas, mas a decisão foi pelo PL.

“Nós queremos compor. E com essa composição buscaremos fazer o melhor pelo Brasil. A nossa decisão vai passar por vocês [do partido]”, discursou. Ele quer uma candidatura própria ao governo do estado de São Paulo, que tende a ser do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o PL estava com tudo encaminhado para indicar o candidato a vice-governador pela chapa de Rodrigo Garcia (PSDB), que será o candidato de João Dória (PSDB).

Outros impasses, como no Rio Grande do Norte, onde há dois postulantes ao pleito pelo bolsonarismo, os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o ministro da Comunicação, Fábio Faria (PSD), que deve concorrer ao governo ou ao Senado serão resolvidos posteriormente porque, ao que tudo indica, o grupo já terá candidatos na Bahia, no Tocantins, no Paraná, em Roraima, no Acre e em Goiás, onde cita o deputado federal Vitor Hugo (PSL), como uma “esperança”.

“O futuro do Brasil está em nossas mãos, que tiramos o governo da esquerda”, argumentou o presidente da República, ao cutucar o ex-presidente Lula (PT), que tem o discurso de regulamentação da imprensa e da mídia. “A liberdade está acima de tudo”, concluiu.