Órgão responsável por dar assistência a desastres naturais também não foi contemplada com emendas do chamando ‘orçamento secreto’

Levantamento publicado nesta segunda-feira, 20, mostra que a área de Defesa Civil teve corte de 43% em 2021 em comparação ao ano anterior, por parte do governo do presidente da República Jair Bolsonaro (PL). De acordo com os dados apurados pelo jornal O Estado de S.Paulo, o órgão responsável por prever e dar assistência em casos de desastres naturais teve valor empenhado de R$ 918,6 milhões neste ano, menor quantia registrada nessa área desde 2016.

Os dados compilados pelo veículo estão disponíveis no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento. Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento Regional, que coordena a Defesa Civil, chegou a afirmar que o montante destinado à área esse ano foi um pouco maior que o levantado pelo jornal, de modo que os recursos chegariam a R$ 1 bilhão. Mesmo que chegue, o valor ainda é menor que a quantia empenhada em 2020, que alcança R$ 1,63 bilhão.

Vale ressaltar que mesmo que tenha passado por temporadas de chuvas no segundo semestre do ano, o Brasil ainda não chegou ao seu ápice da estação. Ainda assim, diversos estragos já foram feitos. Entre eles, as enchentes ocorridas no extremo sul da Bahia e em Minas Gerais, que já atingiram mais de 300 mil pessoas.

Uma destinação menor de recursos à área significa que o gasto da União com a Defesa Civil será menor. O jornal ainda mostrou que a área não foi contemplada pelas emendas do orçamento secreto. Nesta semana, o O Globo chegou a revelar os parlamentares goianos e os partidos que mais foram beneficiados com o esquema criado por Bolsonaro para garantir apoio político – que, como observado, reverberou principalmente em siglas do ‘centrão’.