A Polícia Federal (PF) se prepara para indiciar, em novembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-ministros de seu governo, incluindo os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Os seis serão acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado, após a derrota para Lula (PT) em 2022. As informações são do colunista do Metrópoles, Guilherme Amado.

A investigação da PF reúne evidências que indicam a participação ativa dos envolvidos na trama golpista, especialmente após o segundo turno das eleições de 2022. Entre as provas estão mensagens que conectam Bolsonaro a uma minuta de decreto que buscava contestar o resultado das eleições, contendo propostas para declarar Estado de Sítio e acionar uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem.

O documento foi encontrado com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A situação de Bolsonaro se complicou com os depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas, como o general Marco Antonio Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, que confirmaram pressões do ex-presidente para apoiar um golpe de Estado.

O ex-comandante da Marinha Almir Garnier foi o único dos três chefes militares a se alinhar com o plano golpista, segundo a PF. Paulo Sérgio Nogueira é apontado como membro de um grupo de oficiais de alta patente que teriam utilizado suas posições para influenciar e incitar apoio ao golpe.

Anderson Torres, além de sua omissão no 8 de janeiro, é acusado de atuar como “tradutor jurídico” da minuta golpista, enquanto Augusto Heleno teria mantido anotações de teor golpista em uma agenda apreendida pela PF.

Walter Braga Netto também é alvo de investigações por pressionar o então comandante do Exército Freire Gomes a apoiar a ação golpista, e em mensagens encontradas pela PF, criticou o general por sua recusa. Ao mesmo tempo, elogiava Almir Garnier por sua postura alinhada.

Os envolvidos negam qualquer participação em atos ilegais ou golpistas.

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