O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou a policiais penais da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) que mexeu na tornozeleira eletrônica que usava durante a madrugada, segundo dados preliminares passadas à Polícia Federal (PF) e ao ministro Alexandre de Moraes. As informações são da colunista Malu Gaspar, do Jornal O Globo.

Bolsonaro está preso desde a manhã deste sábado, 22, na Superintendência da Polícia Federal. A tentativa do rompimento foi o que embasou o pedido de prisão por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo o relatório preliminar enviado pelos policiais penais do DF que faziam escolta de Bolsonaro em sua casa, em Brasília, o alerta emitido para a tornozeleira foi o tipo mais grave, o chamado alerta de integridade. O equipamento já está na PF para ser periciado.

O ministro Alexandre de Moraes disse que a prisão foi necessária para manter a ordem e que havia risco iminente de fuga de Bolsonaro. Os agentes descartaram que o problema tenha relação com falta de bateria e indicam que foi tentado arrancar a carcaça da tornozeleira usando materiais de soldagem. 

Bolsonaro foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal (PF) e está na sala de Estado-Maior. O espaço conta com 12 m² e foi recentemente reformada. O espaço conta com banheiro privativo, cama, escrivaninha, televisão, frigobar e ar-condicionado. A estrutura é semelhante à que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve detido na PF em Curitiba e o ex-presidente Michel Temer, quando ele foi detido em São Paulo.

A defesa de Bolsonaro disse que recebeu a notícia da prisão com  “profunda perplexidade”. Segundo os advogados, a decisão estaria baseada na convocação de uma vigília de orações organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e filho do ex-presidente. Eles argumentam que o direito de reunião e liberdade religiosa é garantido pela Constituição. A defesa sustenta ainda que Bolsonaro estava em casa, usando tornozeleira eletrônica e sob vigilância policial, o que afastaria, segundo eles, o risco de fuga apontado por Moraes.