Aproximação com o partido é vista como parte de estratégia para conseguir adeptos do chamado Centrão

Bolsonaro afirma que pode se filiar ao PP para tentar se reeleger em 2022.


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que sua filiação ao Partido Progressistas (PP), passa a ser vista como uma possibilidade para as eleições do ano de 2022. Mesmo diante dessa afirmação, ele alegou que sua recandidatura ainda não está definida.

“Não vou falar que sou candidato, nem que não sou”, explicou. De acordo com o presidente, o cenário ideal seria aquele em que ele pudesse concorrer de maneira independente à presidência, não se filiando a nenhum partido. 

A aproximação de Bolsonaro com o Progressistas é vista como uma estratégia para conseguir adeptos do Centrão. Somado a isso, há ainda o fato de que o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PP-PI), teve sua nomeação como comandante do Ministério da Casa Civil anunciada.

De acordo com Bolsonaro, a indicação de Nogueira é para tornar o governo mais proativo, “para a gente aprovar nossas propostas”. Diante das críticas por estar se aproximando dessa ala do Congresso Nacional, o presidente relembrou que integrou o PP por cerca de 20 anos e afirmou que “Centrão” é apenas um nome pejorativo. 

Bolsonaro também alegou que sua aproximação dos partidos de centro faz-se necessária, uma vez que sua governabilidade depende disso. Segundo os cálculos do presidente, sem os partidos de Centro e os de oposição, ele ficaria com apenas 150 deputados. “Com 150 eu não faço nada”, afirmou. 

Indicação ao STF

Quanto à indicação de André Mendonça para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou que seguiu seus critérios técnicos para indicá-lo, mas que a religião seguida por André foi algo determinante para sua decisão. Isso porque indicar alguém que seja evangélico para o cargo em questão era uma das promessas de campanha do atual presidente. Bolsonaro defendeu André afirmando que ele “preenche em tudo, no tocante ao conhecimento da questão jurídica no Brasil”.

Mendonça agora deve passar por sabatina no Senado Federal. Para ser aprovado, o ministro precisa do voto de pelo menos 41 dos 81 senadores. Muitos parlamentares da Casa têm reservas ao indicado de Bolsonaro pelo uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) contra críticos do governo enquanto ele ocupava o Ministério da Justiça.