“Quem é que esses 2 pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão?”, questionou Bolsonaro, em entrevista

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, foram alvo de nova acusação do presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta quarta-feira, 2, em entrevista a Gazeta Brasil, de São Paulo. Dessa vez, de serem “defensores” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ainda chegou a acrescentar que Moraes acaba por “jogar fora a Constituição”, ao defender a cassação do registro de quem disseminar desinformação contra adversários durante o período eleitoral de 2022.

“Quem é que esses 2 pensam que são? Quem eles pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão? Por que eles não querem assim? Porque eles têm um candidato. Os 2, nós sabemos, são defensores do Lula. Querem o Lula presidente”, afirmou Bolsonaro. O presidente da República ainda criticou um artigo escrito por Barroso, onde o ministro defendeu a regulamentação das redes sociais.

A justificativa de Barroso no texto foi que a ascensão das mídias digitais permitiu o aparecimento de “verdadeiras milícias digitais” e de “terroristas verbais que disseminam o ódio”. Bolsonaro, inclusive, questionou esse posicionamento do ministro. “Não se pode falar em terrorismo digital, que terrorismo é esse? É o que ele acha que é? Quem são esses checadores das fake news pelo Brasil? (…) Essa medida do Barroso ao falar isso de ‘terroristas’ isso não cola. É um desespero. Não posso acusar você de um crime sem o mínimo de indícios”, disse o presidente, além de comentar que “de terrorismo ele [Barroso] entende”.

Bolsonaro ainda chegou a afirmar que o documento de Barroso continha ameaças e que o STF vem decidindo de forma contrária ao governo, com “medidas arbitrárias”. “Lamento a decisão, essa matéria do senhor Luís Roberto Barroso com essas ameaças. Aqui no Brasil, acho que ninguém é dono da verdade e ninguém pode ter esse poder que ele acha que tem de fazer valer o peso da caneta dele sobre qualquer coisa. Temos uma Constituição. Jogo dentro das 4 linhas e não posso admitir qualquer jogo fora das 4 linhas”, disse.