Blogueiro bolsonarista é condenado por difamação contra o PSOL
03 fevereiro 2022 às 15h00
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Oswaldo Eustáquio Filho divulgou notícias falsas envolvendo partido e justiça definiu pena de um salário mínimo, além de indenização no valor de R$ 10 mil
O blogueiro e jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho (PMN) foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) por crime de difamação contra o PSOL. Com base em uma notícia falsa veiculada no portal Renews, em 2020, Eustáquio teria afirmado que integrantes do partido teriam agido junto de Adélio Bispo para esfaquear o, até então, candidato a presidente Jair Bolsonaro, 2018. O blogueiro foi condenado a pagar pena pecuniária de um salário mínimo, além de indenização ao partido no valor de R$ 10 mil. Oswaldo Eustáquio também já foi condenado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), por notícias falsas contra Guilherme Boulos (PSOL).
Em depoimento à Polícia Federal, Oswaldo Eustáquio afirmou que Luciano Carvalho de Sá, conhecido como Mergulhador, contou que Adélio Bispo mantinha ligações com o ex-deputado federal do PSOL, Jean Wyllys. Segundo decisão da Justiça, o blogueiro distorceu um depoimento prestado à PF, incluindo falas que não foram ditas. “De forma inequívoca atribuindo falas não ditas pelo depoente e ilações desprovidas de qualquer base que lhe possa dar, ainda que remotamente, a interpretação sugerida”, de acordo com sentença. Dessa forma, a Justiça entendeu como maliciosa a publicação, tendo como única intenção comprometer a dignidade do PSOL.
Na narração da queixa-crime consta que, no dia “27/04/2020, o Querelado, divulgou texto com notícia falsa por meio do seu site renews.com.br difamando o Querelante[1]. No texto, diz o Querelado que: de “camisa vermelha, Adélio Bispo falou sobre os ideais de esquerda e disse para Mergulhador que nem todos os políticos são inúteis e que alguns de esquerda faziam um bom trabalho e deveriam voltar ao poder depois de um “golpe” de Temer. Ele se referiu de forma explícita, segundo Mergulhador aos políticos do partido PSOL, especificamente sobre Jean Wyllys'”, mostra documento.
O ataque ao presidente Jair Bolsonaro (PL) aconteceu no dia 6 de setembro de 2018 durante cumprimento de agenda eleitoral, em Juiz de Fora (MG). Na época, o autor do crime, Adélio Bispo, foi preso em flagrante após desferir facada em Bolsonaro. Bispo foi filiado ao partido no período de 2007 a 2014. Atualmente, ele foi considerado incapaz de responder pelos atos e dois inquéritos concluíram que Adélio teria agido sozinho.
Durante manifestações do 7 de setembro do ano passado, Oswaldo Eustáquio Filho teria sido preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) por atos violentos. Confira a íntegra do auto da sentença.