O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento nesta quinta-feira, 7, após a projeção da vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA. Em seu discurso na Casa Branca, Biden afirmou já ter conversado por telefone com Trump e assegurado uma transição pacífica, comprometendo-se a “honrar a Constituição” até a entrega oficial do cargo em 20 de janeiro.

“Conversei com o presidente eleito [Donald] Trump para parabenizá-lo por sua vitória e garanti a ele que direcionaria todo o meu governo para trabalhar com sua equipe a fim de garantir uma transição pacífica e ordenada. É isso que o povo americano merece”, afirmou Biden.

Biden ressaltou a importância da democracia, afirmando que a “vontade popular deve sempre prevalecer”. Ele destacou: “Aceitamos a escolha que o país fez. Estamos em uma democracia, a vontade popular sempre prevalecerá. Você não pode amar seu país só quando você vence. Você não pode amar seu vizinho só quando vocês concordam”, disse. “Os eleitores fizeram seu dever como cidadãos, e eu farei o meu como presidente”.

O presidente, que viajará para a cúpula do G20 no Brasil ao fim do mês, defendeu seu legado e disse que os efeitos de suas políticas começarão a ser sentidos pela maioria dos americanos em breve. Biden reafirmou sua confiança no sistema eleitoral dos EUA e expressou esperança de que as dúvidas sobre a integridade das eleições sejam superadas.

Em seu discurso, Biden também fez uma crítica indireta ao tom agressivo de Trump na campanha. “Você não pode amar seu país apenas quando você ganha”, declarou Biden, interpretado como um recado aos apoiadores de Trump que disseminaram discursos de ódio. Biden enfatizou que é crucial aceitar a escolha feita pelo país.

“Sei que para algumas pessoas este é um momento de vitória, para dizer o óbvio. Para outras, é um momento de perda. As campanhas são competições, de visões concorrentes. O país escolhe uma ou outra, nós aceitamos a escolha que o país fez”.

A vitória de Trump marca a derrota de Kamala Harris, que substituiu Biden na candidatura democrata após sua retirada da disputa. Até meados deste ano, Biden era o candidato democrata à reeleição, mas problemas de saúde e desempenho ruim nos debates levaram o partido a pressioná-lo a desistir.

A derrota expressiva de Kamala Harris na disputa também gerou críticas, com muitos sugerindo que Biden deveria ter deixado a corrida mais cedo, dando a ela mais tempo para se conectar com eleitores.

Biden também fez uma homenagem a Kamala Harris, reconhecendo o esforço dela na campanha. O presidente compartilhou essa mensagem em suas redes sociais, elogiando o trabalho e a dedicação de sua sucessora.

“Em circunstâncias extraordinárias, ela entrou na batalha e liderou uma campanha histórica guiada por uma forte bússola moral e uma visão clara de uma nação que é mais livre, mais justa e com mais oportunidades para todos os americanos”, disse Biden, na postagem.

Ao encerrar, Biden pediu aos democratas que não desistam da luta. “Os contratempos são inevitáveis, mas desistir é inesquecível”, disse o presidente. “Todos nós somos derrubados, mas a medida de nosso caráter, como diria meu pai, é a rapidez com que nos levantamos”, insistiu Biden, que pediu o “engajamento” de todos.

“Lembrem-se: uma derrota não significa que estamos derrotados. Perdemos essa batalha. O país dos seus sonhos está pedindo que vocês se levantem. O espírito americano perdura”, completou.

Leia também: