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Entrevistei o escritor Bernardo Élis, autor de “O Tronco” e Veranico de Janeiro”, em 1991, para a revista “Presença”, da jornalista  Consuelo Nasser. A entrevista foi concedida, em sua casa, no Jardim América, em Goiânia.

Da entrevista extraio o trecho a seguir sobre o tradutor Bernardo Élis — uma de suas facetas menos conhecidas.

O escritor que sabia inglês, francês, latim e tupi

“Leio em francês, inglês e espanhol. Capisco alguma coisa de latim. Mas só falo português. A minha inibição não permite que eu fale noutra língua. O francês eu aprendi cedo.

“[A mulher de Bernardo Élis interfere e lembra: “Bernardo, você sabe tupi”.) Ah, de fato eu sou uma das três ou quatro pessoas que mais conhecem tupi no Brasil. Sei tudo sobre tupi, conheço a gramática, mas não falo.

“Voltando ao francês: aprendi a língua muito cedo, porque meu pai tinha uma enciclopédia em francês [Bernardo ainda tem a enciclopédia] e recebia muitas visitas francesas. Ele me deu uma gramática francesa e comecei a estudar. Conheço bem o francês.

“Traduzi para o português o livro “Aspectos da Vida de Rimbaud e Verlaine”. O poeta Verlaine era pederasta. A tradução não foi publicada, pois eu tinha vergonha de dizer que traduzia. Do inglês traduzi dois romances.”