Base marconista reage e diz que dados sobre segurança pública apresentados pelo PMDB foram distorcidos

08 agosto 2014 às 19h20

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O direito de resposta ficou por conta do presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus

Prestes a divulgar um plano de metas específico para a área de Segurança Pública, a coligação “Amor Por Goiás” – encabeçada por PMDB, DEM e Solidariedade – tem afinado o discurso na tentativa de comprovar que a atual gestão estadual é a única culpada pela crise no setor. Com um discurso duro e críticas que vão além do campo das propostas, a chapa apresentou na última quarta-feira (6/8) um panorama da área entre os anos de 1998 a 2013, período em que o governador Marconi Perillo (PSDB) esteve à frente da administração goiana. Como era de se esperar, a base aliada reagiu às críticas e, em nota, classificou os dados apresentados como “distorcidos” e “equivocados”.
O direito de resposta ficou por conta do presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus. Entre outros argumentos, o dirigente alegou que a gestão marconista é reconhecida por órgãos e instituições nacionais pela transparência e exatidão com que recolhe, consolida e torna públicas estatísticas sobre a criminalidade em Goiás. “O que, comprovadamente, não ocorreu nos governos do PMDB”, alfinetou Paulo. Segundo ele, durante as gestões peemedebistas, os dados de homicídios oriundos do Sistema de Informações de Mortes (SIM/DATASUS) eram manipulados.
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Repetindo o discurso do governador Marconi Perillo, o tucano também criticou a politização do assunto por parte dos oponentes, com a apresentação de propostas “milagrosas” e “inexequíveis”. “O Governo do Estado entende que a Segurança Pública é, hoje, tema que não pode faltar no debate político. Porém, cabe responsabilidade, conhecimento e seriedade àqueles que se propõem a discuti-lo”, justificou no comunicado divulgado pela campanha da base aliada.
Sobre os dados elucidados pela coordenação da campanha irista, Paulo de Jesus apresentou uma série de fatores que comprovariam uma suposta manipulação das estatísticas que integram o Mapa da Violência 2014. O primeiro ponto destacado pelo dirigente se trata da ausência do estudo “Mapa dos Homicídios Ocultos no Brasil”, divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O levantamento mostra que 18% dos crimes de morte ocorridos no País são por causa indeterminada; o que teria sido desconsiderado pelos peemedebistas.
“Este mesmo estudo mostra que, em 1998, quando Goiás era administrado pelo PMDB, a taxa de mortes por ‘causa indeterminada’ foi de 19,6 para cada 100 mil habitantes, o que resulta que a taxa de homicídios em Goiás naquele ano foi, na realidade, de 33 e não de 13,4 por 100 mil habitantes. Uma taxa já muito próxima da registrada em 2012”, explicou.
Conforme a explanação dos dados do Mapa da Violência apresentados por Barbosa Neto, coordenador da campanha irista, Goiás apresentou um aumento exacerbado nos índices criminal e de homicídios, em relação a outros Estados. Paulo de Jesus, por sua vez, afirmou que o fenômeno do crescimento nos indicadores de mortes violentas é gradual e constante em todo o País desde 1998, com crescimento em 20 unidades da federação. “Em várias delas, o crescimento foi bastante superior, sobretudo em estados administrados pelo PMDB como Sergipe (302%), Piauí (231%) e, o maior de todos, Maranhão (421%)”, lembrou.
As críticas e contra-argumentos do tucano resvalaram também na presidente Dilma Rousseff (PT). Ao destacar uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, onde o governo federal aparece com 75% de desaprovação quanto à área de Segurança Pública, Paulo lembrou que a gestão petista não pode ficar isenta quanto aos problemas no setor.
O dirigente também pôs em descrédito a informação presente nos índices do Mapa da Violência de que Goiás apresentaria atualmente o mesmo contingente de policiais que havia na época em que Iris Rezende governava o Estado. Para Paulo de Jesus, trata-se de uma informação vazia, pois não existiriam registros confiáveis nem transparentes sobre a situação das polícias no período; o que inviabilizaria comparações adequadas.
O tucano destacou ainda o aumento salarial dos policiais em mais de R$ 2,5 mil entre o período compreendido e lembrou que nos últimos meses mais três mil policiais ingressaram na Polícia Militar e outros 860 na Polícia Civil; o que significaria um acréscimo de 30% no efetivo.
Em relação à taxa de lotação das penitenciárias, Paulo de Jesus relata que há outro evidente erro do PMDB. “Conforme dados do Conselho Nacional de Justiça, no Novo Diagnóstico de Pessoas Presas no Brasil, em Goiás, a taxa de presos por vagas é de 1,44, número bem inferior à média nacional, que é de 1,59 preso por vaga”, criticou ele, emendando que em Estados administrados pelo PMDB as taxas são bem maiores.