Prefeitura alega defasagem nos valores e espera aumento de pelo menos 25%; oposição diz que vai lutar para reduzir o porcentual

Dr. Gian: "Não vamos
Dr. Gian: “Vamos aceitar só o que for cabível dentro do índice inflacionário”

A falta de consenso entre vereadores aliados e opositores deve render, mais uma vez, muita polêmica e uma discussão acalorada envolvendo o reajuste na Planta de Valores Imobiliários, que define o valor dos imóveis da capital e também reflete no aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU/ITU).

No último ano, o Paço, que tinha como pretensão inicial um reajuste de quase 60%, chegou a uma proposta de 25% de acréscimo, mas acabou derrotado por 17 votos contra 16 a favor. Com a rejeição da matéria, o aumento dos impostos em 2015 foi referente apenas ao acréscimo do índice inflacionário. A intenção da oposição é que o mesmo se repita para 2016.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, o presidente da Comissão da Planta de Valores, o vereador Dr.Gian (PSDB), afirmou que valores “exorbitantes”, como os propostos no ano passado pela Prefeitura, não serão admitidos. “Vamos aceitar só o que for cabível dentro da parte de correção inflacionária”, argumentou.

Enquanto isso, o poder Executivo segue com o argumento de que a Planta de Valores da capital possui uma defasagem de mais de 10 anos e precisa ser revista o quanto antes. Segundo o líder do prefeito na Câmara, o vereador Carlos Soares (PT), a intenção é promover uma atualização real. Para o petista, a discussão em torno do reajuste deverá começar a partir do índice de 25%, rejeitado no último ano pela Casa.

Carlos Soares: "Índice de 25% é pagável"| Foto: Eduardo Nogueira/Câmara de Goiânia
Carlos Soares: “Índice de 25% é pagável”| Foto: Eduardo Nogueira/Câmara de Goiânia

“Precisamos de uma atualização em que os preços do valor venal das casas se tornem reais. Como perdemos, ano passado, um índice de 25%, então eu acredito que a discussão comece a partir desse valor. É um reajuste pagável pela desatualização da planta”, argumentou.

Já para o oposicionista Dr.Gian, a população não pode pagar por essa defasagem de 10 anos. “Esperamos um consenso, um valor dentro daquilo que a equipe técnica defende, mas também dentro do orçamento da população”, explica.

Nos bastidores, parlamentares de oposição já admitem a previsão de um acréscimo “pouco maior” do que o índice inflacionário. Pesa na discussão, todavia, o fato do reajuste discutido valer para 2016, ano de eleições municipais; e é claro que ninguém, seja aliado ou opositor, vai querer pagar para ver o reflexo do descontentamento dos goianienses nas urnas.