O crescente aumento do garimpo na região amazônica visa o fortalecimento de ações de fiscalização e de inteligência

Após intensa repercussão, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, anunciaram a preparação de uma ação contra a atividade dentro dos próximos dias, envolvendo a Polícia Federal, o Exército e a Força Nacional. Imagens captadas durante novo sobrevoo realizado pelo Greenpeace Brasil na sexta-feira, 26, mostram que ao menos metade da flotilha se dividiu em pequenos grupos entre os municípios de Autazes e Borba. A dispersão tem o claro objetivo de dificultar a operação do governo que, todavia, ainda não foi iniciada.

O anúncio da operação por parte do governo aconteceu sem que houvesse uma ação organizada, dando aos infratores tempo suficiente para evitar o flagrante do evidente crime ambiental. A fuga desfez as flotilhas de balsas que estavam alojadas a cerca de duas semanas no trecho do rio Madeira localizado a 110 quilômetros de Manaus.

“Ao que tudo indica, as balsas deverão seguir seu destino sem serem incomodadas pelas autoridades e continuarão a degradar um dos rios mais importantes da bacia amazônica, tal como vinham fazendo há pelo menos duas semanas”, declara Danicley Aguiar, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.

O crescente aumento do garimpo na região amazônica escancara ainda mais a urgência do fortalecimento de ações de fiscalização e de inteligência, ambas necessárias para que a rede de financiamento dessa atividade predatória tenha um fim.

Resta agora saber se o governo Bolsonaro irá replanejar sua operação de modo a flagrar as balsas em seu destino final, ou se suspenderá a execução prometida. “Se deixar o dito pelo não dito, Bolsonaro mais uma vez enviará ao mundo a mensagem de que a ‘economia da destruição’ seguirá no centro de sua estratégia de desenvolvimento, aprofundando o isolamento do Brasil na comunidade internacional”, finaliza Danicley.