O governo dos Estados Unidos anunciou, na sexta-feira, 12, a retirada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados pela Lei Magnitsky. A medida gerou reações de frustração e crítica entre parlamentares de direita em Goiás, que haviam depositado esperanças nas sanções como freio ao que chamam de “autoritarismo” do Judiciário.

A queda das sanções, impostas em julho a pedido de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, sinaliza um fim da escalada nas tensões entre Washington e o governo Lula. 

O deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi um dos primeiros a reagir, publicando um vídeo extenso em suas redes sociais. Com um discurso sem concessões, Gayer definiu o dia como “terrível para o Brasil”. “É inegável, hoje é um dia de derrota”, afirmou, rejeitando qualquer tentativa de “adoçar a pílula”.

Gayer, contudo, concentrou seu fogo na avaliação do impacto político doméstico. Ele admitiu que seu grupo “subestimou o quão sequestrado o centro está por esse sistema” e que o impacto das sanções na política brasileira foi “quase zero”. “A impressão que nós tivemos é que não houve mudança nenhuma na vida dos ministros e o Gilmar Mendes sempre que pôde zombava disso”, disse.

Relembrando expectativas depositadas anteriormente nas Forças Armadas e, depois, em Trump, Gayer argumentou que a responsabilidade é interna. “Então, para concluir, a responsabilidade é nossa. Vai ser mais difícil agora, tá? O nível de perseguição eu acho que vai escalar muito.”

Em sintonia com o colega partidário, o vereador de Aparecida de Goiânia, Dieyme Vasconcelos, usou suas redes para criticar a queda das sanções contra Moraes. O parlamentar compartilhou um vídeo no qual afirma ser “uma tristeza” a retirada do nome de Moraes da Magnitsky.

“Quando a gente pensava que o Brasil tinha jeito, tinha esperança, vem esse balde de água fria”, disse o vereador e presidente do PL Jovem em Goiás.

De forma mais concisa, o vereador de Goiânia Willian Veloso também se manifestou na rede social X. Sua mensagem reforçou o ponto central da fala de Gayer sobre a necessidade de autonomia. “Temos que aprender a não confiar em terceiros, quem tem que resolver os problemas do Brasil somos nós mesmos, o povo brasileiro”, escreveu, ao compartilhar a notícia da retirada das sanções.

O outro lado: “A verdade venceu” 

Em evento em São Paulo, o ministro Alexandre de Moraes comemorou a decisão norte-americana. Ao lado do presidente Lula, durante o lançamento do canal SBT News, Moraes declarou que a “verdade prevaleceu” e agradeceu o empenho pessoal do presidente e da diplomacia brasileira.

“A verdade venceu hoje, presidente. Em julho, quando o Supremo se reuniu na presidência para tratar dessas sanções contra o Poder Judiciário brasileiro, eu pedi ao presidente que não ingressasse com nenhuma ação, que não tomasse nenhuma medida, porque eu acreditava que a verdade, no momento que chegasse às autoridades norte-americanas, prevaleceria”, afirmou o ministro.

Para Moraes, a revogação representa uma vitória tripla: do Judiciário, da soberania nacional e da democracia brasileira. “O Judiciário brasileiro não se vergou a ameaças, coações e não se vergará, e continuará com imparcialidade, seriedade e coragem”, garantiu.

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