Com 103,6 milhões de pessoas ocupadas, segundo a PNAD Contínua, e uma taxa de desemprego de apenas 6,2% – o menor índice já registrado pelo IBGE –, o cenário favorece os trabalhadores, mas apresenta desafios para as empresas.

Setores como bares, restaurantes e a indústria têm vagas abertas, mas enfrentam dificuldades para preencher os postos. Dados da Abrasel revelam que 40% dos empresários do setor de alimentação planejam contratar até dezembro, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê a criação de 600 mil vagas na indústria entre 2025 e 2027.

A falta de mão de obra qualificada e a migração de profissionais para trabalhos informais ou autônomos são desafios recorrentes. Empresários recorrem a estratégias como:

  • Bônus por indicação de novos funcionários;
  • Recrutamento em comunidades locais;
  • Programas de capacitação gratuitos, como os oferecidos por redes de restaurantes e empresas de energia.

Com o mercado aquecido, profissionais se tornam mais seletivos, priorizando salários competitivos, jornadas flexíveis e oportunidades de desenvolvimento. Muitos optam por trabalhos autônomos, como motoristas de aplicativos, devido à maior flexibilidade e retorno financeiro.

Segundo economistas, essa mudança de comportamento é uma resposta direta à busca por melhor qualidade de vida e equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Além da qualificação técnica, habilidades comportamentais, como proatividade, hospitalidade e resolução de problemas, estão se tornando diferenciais no mercado. Empresas têm investido em treinamento para desenvolver essas competências em suas equipes.

O aumento do número de pessoas ocupadas também gera reflexos econômicos. Com maior renda, cresce o consumo, pressionando a inflação. Ao mesmo tempo, a falta de mão de obra qualificada eleva os custos de produção, o que pode impactar os preços finais.

Especialistas apontam que investimentos em educação, qualificação técnica e treinamento são fundamentais para melhorar a produtividade e reduzir os impactos inflacionários.

Para empresas, adaptar-se às novas demandas dos trabalhadores – como oferecer benefícios atrativos e criar um ambiente de trabalho com propósito – será essencial para atrair e reter talentos neste cenário de baixa taxa de desemprego.

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