Auditoria descarta atos de corrupção ou fraude em operações do BNDES com JBS
22 janeiro 2020 às 09h27
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Para Associação dos Funcionários do BNDES, resultado desconstrói de vez a “fantasiosa ‘caixa-preta’ do BNDES que políticos demagogos, com objetivos eleitorais mesquinhos tentam incutir na opinião pública”
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagou R$ 48 milhões por uma auditoria, realizada pela Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que investigou a “caixa preta” do banco. O relatório foi pelo afastamento de qualquer esquema de corrupção ou fraude envolvendo as operações da JBS.
As operações investigadas foram realizadas entre os anos de 2005 e 2018. De acordo com o relatório divulgado pela Associação dos Funcionários dos BNDES (AFBNDES), a equipe de investigação concluiu que as decisões do banco parecem ter sido adotadas após considerações de diversos fatores negociais e relevantes. Em outro trecho o documento diz que as motivações e ações dos funcionários do BNDES “foram baseadas em razões legítimas e não relacionadas a corrupção”.
“A AFBNDES destaca ainda que o relatório da consultoria externa não é um fato isolado. Suas conclusões são convergentes com os fatos apurados em CPIs sobre o BNDES, em comissões de apuração interna e, muito importante, no primeiro posicionamento da Justiça sobre denúncia do Ministério Público contra empregados do BNDES. O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, ao examinar a denúncia do MP, expressou-se de forma taxativa: ‘Os depoimentos colhidos na fase investigativa, repito, negam peremptoriamente qualquer interferência, influência, orientação, pressão, constrangimento ou direcionamento na tramitação dos processos de aporte financeiro do BNDES’”, diz o texto.
Os fatos, segundo a Associação, desconstroem de vez a “fantasiosa ‘caixa-preta’ do BNDES, que políticos demagogos, com objetivos eleitorais mesquinhos, e alguns atores do mercado financeiro, que visam obter vantagens com a redução de tamanho do BNDES, lamentavelmente ainda tentam incutir na opinião pública”.
É importante destacar que a contratação da consultoria decorreu de uma exigência da prestadora de serviços de auditoria do banco, a KPMG. A solicitação foi para que a Instituição contratasse outra auditoria para examinar sua relação com a JBS.
A abertura da ‘caixa preta’ do BNDES foi uma das missões dadas pelo presidente Jair Bolsonaro ao novo presidente da instituição, Gustavo Montezano. Sob suspeita de irregularidades, esta foi uma das promessas do então candidato a presidente durante a campanha política no ano de 2018.