Auditores cobram pagamento de progressão, mas secretária diz que há “inviabilidade” para atender demanda
03 fevereiro 2020 às 12h13
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Sindifisco convoca reunião da categoria para discutir próximos passos, enquanto secretária reafirma impossibilidade legal em atender ao pleito dos auditores
Um encontro entre delegados fazendários de Goiás e a secretária de Economia, Cristiane Schmidt, terminou com um imbróglio entre a categoria e a titular da pasta. Na reunião, servidores apresentaram demandas da categoria como o pagamento da progressão, pleito que não foi atendido por Schmidt.
A secretária de Economia conversou com o Jornal Opção sobre a manifestação de insatisfação do Sindicato dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Sindifisco) a respeito de sua permanência à frente da pasta. Segundo Schmidt, sua relação com os auditores sempre foi boa. “Temos uma inviabilidade legal que nos impede de atender ao pleito dos auditores. E eles entenderam isso”, explica Cristiane.
Sobre a crítica do Sindifisco em relação ao encontro dos delegados das delegacias fazendárias com a titular da Economia, Cristiane defende que, “deve estar tendo algum equívoco, tivemos uma reunião espetacular”. Segundo ela, o encontro que deveria durar 1h acabou se estendendo por quase 3h. “Depois almoçamos juntos. Foi um encontro muito cordial”, acrescenta.
Já o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Estado de Goiás (Sindifisco-GO), Paulo Sérgio dos Santos do Carmo, alega que o X da questão não é atendimento ou não das demandas apresentadas pela categoria, mas a forma como Cristiane Schmidt respondeu aos questionamentos dos delegados fazendários.
“Ela demonstrou desapreço com a categoria. Os delegados levaram algumas demandas justas como o pagamento da progressão e o sucateamento em algumas regiões e ouviram que os auditores não ganhariam o mesmo que recebem se fossem para a iniciativa privada”, relata. “Sabemos da condição em que o Estado se encontra, mas queremos garantir os nossos direitos e buscamos melhorias”, acrescenta Paulo Sérgio.
LRF
De acordo com a secretária, o pedido de progressão de carreira dos auditores “faz parte”, pois está baseada em lei, mas defende que eles entenderam que o Estado está impossibilitado, neste momento, de atender ao pleito em observância à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Cristiane cita o art. 20 da referida lei que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, e o art. 22 e art.23 que trazem as vedações nos casos em que os limites definidos sejam ultrapassados.
“Além disso, estamos pleiteando entrar no RRF [Regime de Recuperação Fiscal]”, acrescenta Schmidt. Ainda segundo a secretária, os auditores têm feito um trabalho espetacular, fazendo com que a arrecadação tivesse um aumento em mais de 10% no último ano. “Tenho apenas elogios aos auditores, apoios fazendários e gestores fazendários, que têm feito um trabalho contundente e fazem jus aos salários que recebem”, afirma.
Canal aberto
Por fim, Cristiane se diz surpresa com a manifestação do Sindifisco. “Acredito que houve uma comunicação cruzada ou má interpretação por parte dos sindicalistas, e ressalto aqui que tenho muito respeito pelo sindicato, pois nossa reunião foi muito boa. Mas entendo que é uma situação complicada para eles já que as progressões e promoções não estão podendo ser realizadas”, defende Schmidt.
“Participei do encontro que foi organizado pelos delegados fazendários que fazem parte da administração. E sempre faço questão de dar atenção aos nossos colaboradores. O sindicato, por sua vez, é livre para se manifestar sobre o que considera mais pertinente para a classe que representa. Do ponto de vista da administração, os auditores foram de uma elegância muito grande em nosso encontro e o canal continua aberto como sempre foi”, destaca a secretária. “E digo o mesmo em relação ao Sindifisco, o canal está aberto como sempre. No momento em que quiserem conversar comigo estou à disposição”, conclui Cristiane, demostrando estranheza em não ter sido procurada para discutir o assunto.
Paulo Sérgio também diz que a categoria está aberta ao diálogo e espera que a categoria tenha seus pleitos observados pela secretaria. “No dia 11 de fevereiro, a partir das 15h, vamos discutir e a categoria irá dizer qual caminho vamos tomar”, finaliza.