A Atvos, uma das líderes brasileiras na produção de biocombustíveis e na transição energética, firmou parceria com a green tech franco-brasileira NetZero para instalar uma fábrica de biochar na cidade de Caçu, no sudoeste de Goiás. O anúncio foi feito após a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre as empresas para desenvolver um projeto-piloto na região.

A unidade será instalada na Unidade Rio Claro, da Atvos, que atualmente produz etanol e energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar. Com um investimento estimado em R$ 30 milhões, a nova fábrica terá capacidade de produzir mais de 6,5 mil toneladas de biochar por ano, um insumo que retém água no solo e reduz a necessidade de fertilizantes, contribuindo para a agricultura sustentável e o combate às mudanças climáticas.

O início das obras está previsto ainda para 2025, sujeito à aprovação dos órgãos competentes, e a operação deve começar no final de 2026, gerando cerca de 150 empregos diretos e indiretos. O empreendimento contará com a NetZero One, sistema industrial de produção e certificação de biochar da NetZero, que recentemente venceu o XPRIZE Carbon Removal, prêmio concedido pela Fundação Musk em Nova Iorque.

“Construir uma fábrica de biochar fortalece o compromisso da Atvos em se tornar referência nas agendas de mudanças climáticas. Além de melhorar a absorção de fertilizantes, esse insumo tem potencial para sequestrar mais de 12 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera por ano”, destacou Bruno Serapião, CEO da Atvos. “Este é mais um passo para mostrar que o etanol da cana-de-açúcar pode se tornar uma das soluções energéticas mais valiosas e com menor pegada de carbono do mundo.”

O projeto conta com o apoio do governo de Goiás, que, segundo o governador Ronaldo Caiado, oferece um ambiente estável e seguro para investimentos. “Goiás se consolidou nos últimos anos como um dos melhores destinos para investimentos no Brasil, escolhido por empresas nacionais e internacionais que reconhecem no nosso estado um ambiente estável e confiável. Combinados à eficiência da segurança pública, esses fatores criam condições ideais para atrair negócios, gerar empregos de qualidade e impulsionar a economia em todas as regiões”, afirmou Caiado.

Para Pedro de Figueiredo, co-fundador da NetZero, a parceria com a Atvos marca um passo estratégico na consolidação do biochar como solução escalável de descarbonização e agricultura regenerativa, desta vez a partir da cana-de-açúcar. “Ao unir nossa tecnologia premiada à expertise industrial da Atvos, estamos criando um modelo que demonstra como é possível aliar competitividade, sustentabilidade e inovação de ponta. Este projeto em Goiás, com apoio do Governo, tem potencial para se tornar referência mundial em agricultura de baixo carbono e combate às mudanças climáticas”, afirmou.

Os primeiros testes em grande escala já estão sendo realizados nas lavouras da Unidade Rio Claro, com foco na retenção de água, aumento da produtividade e sequestro permanente de carbono. O biochar é produzido por pirólise de biomassa residual da cana, gerando também energia renovável que torna o processo autossustentável.

A Atvos possui três unidades agroindustriais em Goiás — em Mineiros, Perolândia e Caçu — e emprega mais de 11 mil pessoas no país. Em Goiás, a companhia gera cerca de 2,8 mil empregos diretos e 8,6 mil indiretos, com capacidade para moer mais de 11 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir cerca de 1 bilhão de litros de etanol por ano.

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