Assassinato a facadas no Bosque dos Buritis foi motivado por ciúmes; vítima namorava a ex-mulher do suspeito

29 julho 2025 às 12h31

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O assassinato do cantor Bruno Gama Duarte, de 36 anos, foi motivado por ciúmes, segundo o delegado do caso, Vinícius Teles. Ele estava em um relacionamento com a ex-mulher do suspeito, Arthur Vinícius Silva Lima, que não aceitava o fim do relacionamento e disse ter se sentido “humilhado” e com a “honra ferida”. Ele foi preso em Catalão na última segunda-feira, 28. A Polícia Civil investiga o caso.
Ao ser interrogado pela polícia, Arthur confessou o crime alegando legítima defesa. Na versão apresentada por ele, segundo o delegado, ele encontrou Bruno no Bosque e questionou porque ele estaria “mexendo com a família” dele, mesmo já tendo terminado o relacionamento com a ex-mulher. Arthur teria alegado que Bruno o hostilizou e xingou, e durante a discussão os dois entraram em vias de fato. “Ele alega que a vítima estava com um canivete e que tentou agredi-lo. Segundo ele, conseguiu tomar esse canivete e, para se defender, desferiu os golpes”.
O delegado afirma que a versão dele foi rechaçada pela polícia já que Arthur não conseguiu explicar como ou porquê encontrou Bruno naquele local e também porque uma testemunha relata crueldade na ação. Essa testemunha não viu o começo da briga, mas disse ter visto Arthur com uma faca e que continuou desferindo golpes em Bruno mesmo com ele já desfalecido.
“A vítima já estava desfalecida, já não se movimentava mais. Artur sai, volta, e ainda desfere mais pelo menos três golpes do pescoço. […] Foram muitos golpes, inclusive depois que a vítima já estava totalmente indefesa. O testemunho foi claro: ele só estava suspirando, não conseguia mais se mexer. À princípio tentava se defender e bradava “pelo amor de Deus, não faz isso, não me mata”. Depois que ela já estava praticamente desmaiada, ele volta e desfere mais vacadas”, contou o delegado.
Para o delegado, a versão do suspeito é insustentável porque Bruno era lutador de jiu-jitsu e tinha condições físicas de se defender em um embate corporal. Além disso, de acordo com o relato da família da vítima, Bruno não tinha o costume de andar com armas brancas – como o canivete. Não foram encontradas faca ou canivete até o momento.
Segundo o delegado, ainda que houvesse a legítima defesa – que foi descartada pela investigação -, esta não estaria presente efetivamente no caso, por conta das várias facadas consideradas um “excesso”. A polícia ainda trabalha com a hipótese de crime premeditado e com a possibilidade do encontro ter sido combinado, uma emboscada, inclusive usando perfis falsos. Com os telefones apreendidos, a situação ainda está sendo investigada.
Para o delegado, a versão do suspeito é insustentável porque Bruno era lutador de jiu-jitsu e tinha condições físicas de se defender em um embate corporal. Além disso, de acordo com o relato da família da vítima, Bruno não tinha o costume de andar com armas brancas – como o canivete. O laudo cadavérico vai dizer quantas facadas ele recebeu.
Arthur vai responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e crueldade. O Jornal Opção entrou em contato com a advogada dele e solicitou um posicionamento, mas ela não respondeu até a última atualização desta matéria.
Fuga e prisão
Arthur estava em Águas Lindas de Goiás e foi à Goiânia para cometer o crime, segundo o delegado. Depois disso, retornou para a cidade e fugiu. Ele passou por Itumbiara, onde tem família, Caldas Novas e foi preso em Catalão pela Polícia Militar. O delegado afirmou que o preso deve ser recambiado para a capital, mas esse processo é realizado pela Polícia Penal.
O pai dele também estava no carro no momento da prisão, mas não vai responder por nenhum crime. O suspeito passará por audiência de custódia na tarde desta terça-feira, 29, em Catalão. O horário ainda não foi confirmado.
Segundo o delegado, a prisão foi feita em flagrante, mas Arthur deve cumprir o prazo da prisão temporária, de trinta dias com possibilidade de extensão. “Nós vamos ouvir todas as testemunhas, periciar aparelhos celulares, verificar questões de redes sociais, inclusive com as solicitações de dados, e nesse período, determinar da forma mais precisa possível os motivos, circunstâncias, dinâmicas, tudo que aconteceu para que oportunamente ele responda judicialmente”, disse.
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