“As pessoas olham um lixão e veem lixo. Eu vejo dinheiro”, diz dono de empresa de reciclagem

13 agosto 2015 às 21h05

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Diogo Donizete está à frente da empresa que recicla o lixo do festival, com uma parceria por meio do projeto “Fica Limpo”

Sarah Teófilo
Da Cidade de Goiás
Em um festival cujo foco é cinema e meio ambiente, as ruas ficam repletas de discussões ricas sobre sustentabilidade, economia verde, consciência ambiental e cuidado com a natureza. Mas ao final do Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), na Cidade de Goiás, para onde vão as garrafinhas de água?
A iniciativa é do pai de Diogo Donizete e rendeu um destino sustentável para o material. A empresa Donizete Reciclagens, juntamente com o projeto da organização do evento, chamado “Fica Limpo”, cuidam dos materiais de alumínio, plástico e papelão que são recolhidos em Goiás durante o festival que enche o município.

A parceria dura três anos, mas antes disso a organização do Fica direcionava o material para uma cooperativa da cidade, que já não existe mais. A importância do trabalho é destacada por Diogo. “A gente preserva o meio ambiente e gera renda, emprego. Tem gente que olha para um lixão e vê lixo; eu vejo dinheiro”, afirma.
O trabalho do pai de Diogo começou há cerca de 20 anos, em cima de uma carroça. O homem recolhia materiais recicláveis nos comércios da região, e com um tempo expandiu o negócio, comprou um caminhão, uma prensa e um espaço para realizar o trabalho de separar e revender os fardos de produto prensado.
Depois que Donizete faleceu, em 2012, Diogo teve que tomar as rédeas do negócio. De lá para cá, a empresa, que possui quatro funcionários, passou a recolher material reciclável também em Matrinchã, Araguapaz, Sanclerlândia e Itapirapuã. Os trabalhos, entretanto, se restringem aos comércios, que deixam o lixo reciclável separado. “Ainda não consigo fazer coleta em casas”, comenta.
O empresário não sabe dizer ao certo a quantidade de aumento do lixo durante o festival. Os resíduos são separados por tipo de material: por exemplo, garrafas PETs brancas, azuis e verdes. Cada fardo de plástico pesa cerca de 400 kg, de acordo com Diogo. Já papelão, é em torno de 240 kg, e de alumínio, 130 kg. A Donizete Reciclagens não vende o material diretamente para empresas, mas sim para um “atravessador”, como explica Diogo, que compra os fardos e os leva para indústrias.