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“Rua Nascimento Silva, 107
E você ensinando pra Elizeth
As canções de Canção do Amor Demais
Lembra que tempo feliz?
Ai, que saudade
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz”

Vinicius de Moraes compôs “Carta ao Tom” recordando o começo da Bossa Nova. Tom Jobim ensinava para Elizeth Cardoso as músicas que ele e o Poetinha escreveram para o disco dela “Canções do Amor demais”. A Divina lançou o disco que inaugurou a Bossa Nova.

Elizeth Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1920. Sua família amava música e isso influenciou em sua formação artística. Seu pai era seresteiro e sempre a levava em suas apresentações. A pequena Elizeth cantava as músicas de Vicente Celestino. Mas a vida não foi fácil para ela. Para ajudar no sustento da casa, Elizeth teve que trabalhar como cabeleireira e balconista.

O seu aniversário de 16 anos foi especial. Elizeth comemorou mais um ano de vida ao lado dos familiares e de Pixinguinha, Dilermano Reis e Jacob do Bandolim. Eles era amigos do seu pai e foram convidados para a festa. Jacob ficou impressionado com a voz da menina e a convidou para um teste na Rádio Guanabara. Elizeth foi aprovada e dava início oficialmente a sua carreira artística.

Até chegar à Rua Nascimento Silva, 107, em 1958, Elizeth Cardoso gravou inúmeros discos e sua voz já era uma referência no rádio. Cantando choro, bolero e samba canção, a menina do subúrbio carioca virava uma estrela da nossa música. Pixinguinha dizia que Elizeth era a mais brasileira de nossas cantoras.

Em seus últimos anos de vida, Elizeth foi diagnosticada com câncer no estômago. Mesmo assim, ela continuou fazendo shows encantando o público que foi bem compreensível com suas limitações por causa do tratamento de saúde. Elizeth Cardoso, a Divina, morreu em 7 de maio de 1990, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi velado no Teatro João Caetano.

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