Miranda teria dito que seu irmão, que é servidor do Ministério da Saúde, estaria sofrendo pressão por conta da compra dos imunizantes em questão

Arthur Lira, Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco| Foto: Marcos Corrêa/PR

Durante uma entrevista concedida à CNN nesta quarta-feira, 23, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PI), afirmou que teria dito ao deputado Luís Miranda (DEM-DF), que o mesmo deveria expor publicamente tudo o que sabia sobre a compra da vacina indiana Covaxin. 

Essa afirmação teria sido feita após Miranda ter dito que seu irmão, que é servidor do Ministério da Saúde, estaria sofrendo pressão por conta da compra desses imunizantes. “Eu disse a ele que se tivesse alguma coisa errada, que explicitasse.”, afirmou Lira sobre a confidência de Miranda. 

Luís Miranda chegou a afirmar ao site O Antagonista que teria alertado o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), sobre irregularidades no contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para a aquisição de doses da vacina indiana. Bolsonaro teria dito então que acionaria a Polícia Federal (PF) para que o caso fosse investigado. No entanto, Miranda conta que não recebeu nenhum tipo de retorno do presidente ou da PF sobre a questão. 

Irregularidades

As irregularidades apontadas na aquisição das vacinas indianas pelo Brasil são: quebra contratual, com desrespeito dos prazos estabelecidos (uma vez que 20 milhões de doses deveriam ter sido entregues ao Brasil até o dia 6 de maio e até o presente momento, nenhum desses imunizantes chegou ao país); suspeita de favorecimento à Precisa Medicamentos e a compra das doses em questão por um valor acima do que seria considerado normal, já que cada dose do imunizante foi adquirida por R$ 80,70. 

O preço praticado na compra dessa vacina chamou a atenção por destoar dos valores aplicados por outras farmacêuticas, sendo eles: Sputnik V – R$ 69,36; CoronaVac – R$ 58,20; Pfizer – R$ 56,30; Janssen – 56,30; AstraZeneca – 19,87.