Aprovação de Doria despenca e paulistanos rejeitam projeto nacional do prefeito
08 outubro 2017 às 15h28

COMPARTILHAR
Pesquisa Datafolha acende sinal amarelo no Palácio do Anhangabaú e indica que Geraldo Alckmin deve ser o candidato do PSDB em 2018

A lua de mel dos paulistanos com o prefeito João Doria acabou oficialmente. Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (8/10) pela “Folha de S. Paulo” mostra que a aprovação do tucano despencou dez pontos percentuais e, pela primeira vez, o percentual dos que consideram a gestão “regular” superou os que a avaliam como “boa” ou “ótima”.
Segundo o levantamento, Doria tem 32% de aprovação, 26% de rejeição e 40% de avaliação regular. Há quatro meses, Doria pontuava 41% de “ótimo/bom”, 22% de “ruim/péssimo” e 34% de regular.
O resultado cai como uma bomba no Palácio do Anhangabaú e pode rifar, de vez, o plano presidencial do prefeito. Isso porque, como mostra a pesquisa, apenas uma pequena parcela dos paulistanos apoiam uma eventual candidatura ao cargo mais alto da República. Para 58%, Doria deve permanecer na prefeitura, contra apenas 10% que o desejam ver disputando no ano que vem.
Para piorar de vez a situação, o levantamento revela que os moradores de São Paulo preferem o governador Geraldo Alckmin (SP) como candidato à Presidência da República no ano que vem. Para 45%, ele é o melhor nome para a disputa, ante 31% que acreditam que Doria deve ser o escolhido.
Em uma extensa agenda nacional, João Doria — que vem a Goiânia no dia 19 de outubro para receber o título de cidadão goiano — sustenta que suas viagens servem para levar “benefícios” para a capital paulista e auxiliam na gestão. No entanto, 49% dos paulistanos dizem que a andança do tucano pelo país traz mais prejuízos do que benefícios à cidade, enquanto 35% aprovam a iniciativa.
Velha explicação
Visivelmente afetado pelo resultado da pesquisa Datafolha, o prefeito João Doria usou a velha tática de culpar o antecessor pelas falhas que muitas vezes são próprias do novo governante.
“É importante respeitar pesquisa, eu respeito pesquisa. Estamos com nove meses de gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilhões de deficit no orçamento da prefeitura [em relação à receita prevista pela gestão anterior]. Que foi herança do PT, que nos deixou esse rombo”, respondeu ao ser indagado sobre a pesquisa.