Após tentativa de estupro, vereadora defende criação de Polícia Legislativa na Câmara
05 março 2017 às 17h26
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Na semana passada um homem foi preso após se esconder no banheiro feminino e atacar uma servidora. Relatos de assédio dentro da Casa já vinham sendo feitos
Nos moldes do que já existe no Congresso Nacional, a vereadora Dra. Cristina Lopes (PSDB) defende a criação da Polícia Legislativa para a Câmara Municipal de Goiânia. A sugestão é uma das medidas que a parlamentar acredita serem necessárias para melhorar a segurança da Casa.
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“A existência de uma Polícia Legislativa, com funcionários efetivos e de carreira, traria uma maior segurança para a Casa. É claro que sempre temos apoio imprescindível da Guarda Municipal e Polícia Militar, e isso continuaria a acontecer, mas nós teríamos uma política de segurança funcionando dentro da Casa”, explicou Dra. Cristina, citando exemplos de Câmaras Municipais que têm Polícias Legislativas, como Londrina (PR), Parauapebas (PA) e Belo Horizonte (MG).
Na última quarta-feira (1/3) uma assessora parlamentar da vereadora Cristina Lopes foi vítima de uma tentativa de estupro dentro de um banheiro da Câmara. Desde então, o presidente do parlamento, vereador Andrey Azeredo (PMDB) anunciou que os visitantes passarão a ser identificados na entrada da Casa e ainda a realização de levantamentos orçamentários para que os funcionários tenham crachás com foto e para a retomada do monitoramento por câmeras de segurança.
A identificação de visitantes também é um ponto defendido pela vereadora. “Ninguém quer cercear a entrada e saída da pessoas, mas é preciso que haja um controle. Se aqui é a Casa do povo, então que seja um ambiente seguro. O que eu defendo é a realização de um planejamento de segurança, que hoje não existe”.
Apesar de ter sido o estopim para o debate, Dra. Cristina ressalta que a tentativa de estupro não foi caso isolado. Na semana anterior ela já havia subido a tribuna denunciar casos de assédios contra mulheres nos corredores da Câmara.
“Não foi fato isolado. Eu mesma já tinha recebido relatos de assédios e fiz a denúncia na tribuna. Agora ficou provado que não há exagero. Se não houver medidas duras por parte da presidência e da mesa diretora, esse comportamento tende a crescer”, reiterou.
Além disso, ela voltou a pedir apoio não apenas da mesa diretora, mas também dos outros parlamentares, para coibir atitudes misóginas dentro da Câmara. “Todo ambiente que tem muitos homens tem esse risco, e aqui não é diferente. O que esperamos são atitudes individuais, um posicionamento firme de cada gabinete, para que esses casos não virem piada ou brincadeira de mal gosto que não podem mais ser toleradas”.