Após tentativa de acordo, greve na Comurg pode ter maior adesão

02 maio 2017 às 13h47

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Trabalhadores se reúnem às 16 horas para definir se continuam ou não paralisação iniciada nesta terça-feira (2/5)

A previsão é de que até a próxima segunda-feira (8/5), 5º dia útil do mês, os servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) tenham em conta o salário referente ao mês de abril.
Antes disso, os trabalhadores esperam que a prefeitura de Goiânia, por meio da diretoria do órgão, reflua da medida que cortou boa parte dos quinquênios (gratificações acrescidas ao salário do funcionário a cada cinco anos de serviços prestados) de todos os servidores da companhia.
Na manhã desta terça-feira (2/5), o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Ambiental de Lixo e Similares de Goiás (Seacons), Rildo Ribeiro, esteve em audiência de conciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalhado (TRT), com o Secretário de Governo, Samuel Almeida, o presidente da Comurg, Denes Pereira, e representante do Ministério do Trabalho para tentar chegar a um acordo.
Na audiência, ficou decidido que até sexta-feira (5/5) uma nova reunião, desta vez também com a presença do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), definirá o que pode ser feito. Enquanto isso, o sindicato convocou uma nova assembleia para as 16 horas desta terça-feira (2/5) para definir se a categoria permanece em greve ou não.

“Esperamos que todas as vias de negociação sejam esgotados, mas se a maioria decidir por continuar a paralisação, vamos continuar a mobilização”, disse o presidente do sindicato. Por enquanto, a entidade representante dos trabalhadores estima que cerca de 50% dos serviços estejam parados, mas a tendência é pela paralisação total. Por lei, os trabalhadores são obrigados a manter ao menos 30% da prestação de serviços.
Desde as primeiras horas da manhã, trabalhadores se mobilizavam em frente à sede da Comurg, na Vila Aurora, em Goiânia. Funcionários que já tiveram acesso ao contra cheque relatavam diminuição de mais de 50% do benefício.
Dona Maria da Glória, por exemplo, recebia R$1.604,00 de quinquênio conquistados em 34 anos de serviços prestados na companhia. Este mês, viu o benefício cair para R$ 988,00. “Para mim, faz uma diferença enorme. Meu salário é de R$1.300, então eu dependo do quinquênio para comprar meus remédios, complementar a renda de casa. Nós queremos defender o direito dos pequenos, que não têm nenhuma outra gratificação, apenas o quinquênio”, relatou.
O corte dos benefícios é decorrente de um relatório apresentado em março deste ano pelo Tribunal de dos Municípios, o no qual recomenda o recálculo imediato dos quinquênios concedidos a funcionários efetivos e que a companhia se abstenha de pagar qualquer incorporação de valor aos salários até que a Corte tenha um pronunciamento definitivo sobre o assunto.
A auditoria do TCM na folha salarial da Comurg foi feita a partir de um requerimento da Câmara Municipal de Goiânia, após denúncias de suposta concessão de “supergratificações” a servidores por meio de quinquênios. Segundo dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia apresentados pelo vereador Elias Vaz (PSB), apenas os 40 maiores acréscimos concedidos a servidores no mês de fevereiro de 2017 somaram uma quantia de R$ 420 mil.