“Seja abençoado”, responde padre Júlio Lancellotti após críticas de Bolsonaro
31 maio 2021 às 09h58
COMPARTILHAR
Após padre se encontrar com ex-presidente Lula, Bolsonaro criticou a índole do religioso em conversa com apoiadores. “Os caras colocam o Lula com um padre pensando que fosse um padre realmente sério, responsável”
Após o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) questionar a índole do padre Júlio Lancellotti, em conversa com apoiadores, o religioso divulgou uma nota em que desejou que Bolsonaro “seja abençoado e seja sinal de vida e esperança para o povo”.
Os ataques do presidente vieram depois que o religioso se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última terça-feira, 25, para umaconversa em São Paulo. Logo apó o encontro, o ex-presidnete teria postado fotos da reunião e, em uma delas, o religioso aparece o abençoando.
Ao comentar o encontro o presidente disparou: “Tava na imprensa uma foto do Lula e do padre Lancelotti de São Paulo. Eu não vou falar tudo aqui não. O Lancelotti deu uma Pajero para alguém há um tempo atrás […] Esse padre é daquele padrão. É o padre, padre Pajero. […] Os caras colocam o Lula com um padre pensando que fosse um padre realmente sério, responsável. É daquele padrão esse padre. Padrão Fifa. Padrão 7 a 1”.
O presidente se referiu a um processo no qual Júlio teria sido extorquido por um ex-interno da antiga Febem chamado de Aderson Batista. Conforme mostrado pelo jornal Metrópoles, Lancelotti contou que Bastista ameaçava dizer que o padre teria cometido pedofilia contra seu então enteado de 8 anos.
Mais tarde o padre entregou à polícia conversas que era chantageado pelo ex-interno. Ainda de acordo com a reportagem, as investigações revelara que Batista e sua mulher compraram vários carrros, dentre eles uma Pajero financiada no nome do religioso. O casal, de acordo com o jornal, foi preso no ano de 2011 por extorsão.
Ao responder os comentários de Bolsonaro, o padre disse, em nota, que “Todas as pessoas são necessitadas das bênçãos de Deus”. E continuou: “A ninguém deve ser negado este gesto de fé e de carinho pastoral. Os ministros religiosos são instrumentos, a benção é de Deus. O Sr. Exmo Presidente seja abençoado também e seja sinal de vida e esperança para o nosso povo, principalmente neste momento de tanta dor e sofrimento. Quanto aos fatos aludidos a denúncia foi feita por mim. O processo foi transitado e julgado e eles, condenados”, finalizou o religioso.