Após polêmica, escola de samba nega que alegoria de diabo tenha rosto de Crivella
29 janeiro 2019 às 17h19
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Em comunicado, Acadêmicos do Sossego afirma que a obra “não faz alusão a nenhuma figura específica”
A escola de samba Acadêmicos do Sossego, da Série A do carnaval do Rio de Janeiro, publicou em suas redes sociais nesta segunda-feira (28) um comunicado informando que a fotografia polêmica foi “indevidamente retirada” de seu barracão de alegorias e que a escultura “não faz alusão a nenhuma figura específica”.
A imagem mostra uma das alegorias do desfile de 2019 com o que parece ser o rosto do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, com chifres de diabo, e causou repercussão nas redes sociais.
Ainda segundo o comunicado, a obra simboliza o “Demônio da intolerância” e tem “representatividade abstrata”, tendo os artistas responsáveis “total liberdade” para expressar esse conceito da forma que escolherem.
No entanto, a autoria da escultura chegou a ser confirmada pelo diretor de carnaval da escola, Hugo Júnior, que em entrevista ao G1 lamentou a divulgação da imagem nas redes sociais antes do desfile.
“É o prefeito. Estávamos terminando a obra hoje. O objetivo é fazer uma crítica política à desvalorização do carnaval por parte dele. Temos que defender nosso carnaval. Era para ser uma surpresa, mas vou me reunir com o presidente da escola e vamos decidir ainda o que vai ser feito, mas a princípio a escultura vai estar na avenida sim”, comentou.
Já o presidente da escola da Acadêmicos do Sossego, Wallace Palhares, em entrevista ao Globo, afirmou que tal semelhança não foi proposital. “Eu não fiz o prefeito. Se ficou parecido, lamento, até porque ninguém nunca viu o diabo para comparar”, comentou.
A Acadêmicos do Sossego é a sétima escola a desfilar na sexta-feira, 1º de março, com o enredo “Não se meta com minha fé, acredito em quem quiser”.