Após operação da PF, produtores rurais fazem campanha para defender carne brasileira
19 março 2017 às 18h01
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Pela internet, fazendeiros afirmam que regulação a que são submetidos é rigorosa e garantem que não são culpados pelo esquema revelado na última sexta-feira
A deflagração da Operação Carne Brasil, da Polícia Federal (PF), na última sexta-feira (17/3), deixou o Brasil em choque. O esquema revelado pela PF, que envolvia o pagamento de propina a fiscais para que a inspeção permitisse a venda de carne estragada, com ácido ascórbico acima do limite permitido, alteração de data de vencimento e a colocação de papelão em meio à carne.
Em resposta aos questionamentos sobre a qualidade da carne brasileira, grupos de produtores rurais já começaram a se mobilizar na internet para defender seu negócio. Na página “Sou produtor rural, por exemplo, eles se manifestam: “Sou produtor rural, sou brasileiro, e tenho orgulho de produzir um dos alimentos mais seguros e saudáveis do mundo”.
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Com as hashtags #orgulhodeserrural, #carnebrasileira,
#produzimoscomqualidade e #melhorcarnedomundo,
internautas reclamam das críticas aos produtos, dizendo que a fiscalização nas propriedades rurais é rigorosa e os fazendeiros são submetidos a duras multas caso não cumpram determinação como vacinar o gado.
Segundo eles, o problema não está na criação dos animais, mas sim na indústria, que quer aproveitar e vender mesmo a carne imprópria para consumo. A mesma reclamação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, que declarou que os produtores rurais “também são vítimas”.
Frente ao impacto negativo da operação, o Governo Federal já se movimenta para tentar reduzir o receio em relação à qualidade da carne produzida no Brasil. No último sábado (18), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, já afirmou que a questão foi pontual, que o ministério está “tomando todas as providências sobre as denúncias” e garantiu não haver risco no consumo.
Na tarde deste domingo (19), Maggi se reúne com o presidente Michel Temer (PMDB) para debater medidas e conter os efeitos da operação nas exportações brasileiras. A União Europeia e os Estados Unidos, por exemplo, já se manifestaram cobrando mais informações sobre as denúncias.