Após nova denúncia do MP, Kajuru pede afastamento de Anselmo Pereira
01 agosto 2017 às 15h38

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Vereador alega que tucano deve se explicar na Justiça primeiro para, então, reassumir mandato na Câmara

O vereador Jorge Kajuru (PRP) apresentou, na manhã desta terça-feira (1º/8), requerimento exigindo o imediato afastamento do ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira (PSDB), do mandato de vereador.
O pedido vem após o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) requerer, na Justiça, a indisponibilidade de bens do tucano em mais de R$ 6 milhões por uma contratação supostamente superfaturada de serviços de manutenção da sede do Legislativo.
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Segundo a investigação da promotora Leila Maria de Oliveira, responsável pela ação, Anselmo Pereira pagou à empresa contratada, Comercial Distribuidora e Serviços, no período de novembro de 2015 a outubro de 2016, o valor total de R$ 2,4 milhões, mesmo a empresa não tendo executado devidamente os serviços previstos no contrato, firmado em novembro de 2015. O valor representa 323,75% do que foi gasto com manutenção no ano anterior.
“É essencial que esta Casa zele por sua honra e moral, e também pela conduta de seus membros. O Ministério Público de Goiás já apresentou duas ações, totalizando o bloqueio de 5 milhões de reais; e, agora, a promotora Leila Maria de Oliveira apresenta nova ação solicitando a indisponibilidade de mais R$ 6 milhões em bens do parlamentar em razão de improbidade administrativa em função de superfaturamento no contrato de manutenção predial da Câmara Municipal de Goiânia”, explica Kajuru.
Segundo ele, o afastamento temporário é necessário para que Anselmo Pereira realize sua defesa “sem que interfira nas atividades legislativas”. A denúncia foi feita à promotora por Kajuru em janeiro deste ano.
O requerimento só recebeu apoio do vereador Alysson Lima (PRB), que, quando da primeira denúncia do MP-GO contra o tucano, pediu seu afastamento da presidência da Comissão de Ética e teve o pedido rejeitado pela maioria absoluta dos parlamentares.
Resposta
Anselmo Pereira subiu à tribuna da Câmara ainda na manhã desta terça (1º), provado por Jorge Kajuru, e se disse surpreso com a ação, mas garantiu que irá provar sua inocência na Justiça.
“Abriu-se um procedimento e não fui comunicado. A parte interessada não foi intimada. Tomei conhecimento pelas redes sociais. Ademais, nessa denúncia, não se considerou que foram 24 meses de manutenção da Câmara, não sendo considerado o que foi feito nas reformas [banheiros, iluminação, etc]. Vou discutir no mérito jurídico. Por que não se tem uma condenação, não é peculato, não tem dolo”, argumentou.