Os hospitais privados em Goiânia, que prestam serviços à Prefeitura de Goiânia, cobram repasses atrasados do Executivo e alegam que o problema pode inviabilizar a continuidade dos atendimentos aos pacientes do SUS e do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais (Imas) Imas pelas instituições particulares.

Segundo o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), são cerca de R$ 40 milhões em débitos por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para com os hospitais. Essa quantia, segundo a instituição, corresponde à realização de cirurgias, exames complementares e internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O Sindhoesg afirma que os serviços já foram prestados pelas unidades de saúde, e que esse débito não é pago há dez meses. Além disso, o sindicato alega que a tabela do SUS está defasada.

A entidade revela ainda que há atrasos de quase um mês nos pagamentos regulares dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital. A instituição argumenta que o cenário é especialmente desafiador para as instituições que já enfrentam dificuldades financeiras e prestam serviços por valores consideravelmente defasados.

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Já quanto aos serviços prestados ao Imas, o Sindhoesg alega que o atraso é de um ano. Atendimentos realizados em setembro de 2022 ainda aguardam compensação financeira, conforme o sindicato.

O Sindhoesg disse que a situação pode comprometer a continuidade dos atendimentos aos pacientes do SUS e do Imas por parte das unidades de saúde privadas. A instituição revelou que está em contato com os órgãos para solucionar o problema e evitar paralisação.

O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que informou ainda não ter sido comunicada sobre a questão.

Maternidades

A crise na saúde em Goiânia não é exclusividade dos hospitais privados. Recentemente, as maternidades municipais chegaram a restringir seus atendimentos eletivos devido à falta de repasses por parte da Prefeitura de Goiânia.

Consultas, exames e cirurgias voltaram à rotina das unidades no último dia 25 de setembro, após repasse de R$12.068.180,90 da Prefeitura à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG), fundação responsável pela gestão do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) e da Maternidade Nascer Cidadão (MNC).

De acordo com a Prefeitura, a gestão municipal e a Fundação estão atuando em conjunto para validar os demais valores em aberto. A Fundahc afirmou ao Jornal Opção que aguarda, nesta semana, um novo repasse prometido pelo Executivo, que não detalhou valores.

Caso não haja esse pagamento, a instituição disse que, por enquanto, não existe possibilidade de uma nova paralisação dos serviços.

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