Um dia após alertar que os reservatórios de oito usinas hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste poderiam estar praticamente vazios até novembro, órgão agora diz que abastecimento está garantido

Hidrelétrica de Itumbiara | Foto: Reprodução

O órgão Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS, órgão  responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no país), diante daquela que classificou como pior crise hidrológica desde 1930, anunciou que vai garantir o abastecimento de energia no Brasil neste ano.

Na sexta-feira, 4, o órgão previu que poderia ocorrer a chamada “perda do controle hidráulico”, o que implicaria em restrições ao atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste. As projeções e estimativas da ONS para o período de cinco anos apontam riscos, mas o órgão afirma que essa projeção deverá ser descartada com medidas que têm sido encaminhadas pelo governo.

Entre essas medidas, pode-se destacar a flexibilização das restrições hidráulicas dos aproveitamentos localizados nas bacias dos rios São Francisco e Paraná; o aumento da geração térmica e da garantia do suprimento de combustível para essas usinas; importação de energia da Argentina e do Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia.

No comunicado do dia 4, o ONS ressaltou ainda que o país passa por uma crise hídrica e que nos últimos sete anos os reservatórios das hidrelétricas receberam um volume de água inferior à média histórica. A crise pressiona o sistema de geração do Brasil, fortemente dependente de hidrelétricas.

Em Goiás

Goiás está entre os cinco estados em que o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu nesta semana alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro. Federações estão na região da Bacia do Paraná, que abrange além do estado goiano, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, informou o Ministério da Agricultura.

O comitê responsável pelo monitoramento do setor elétrico, o CMSE, esteve reunido na última quinta-feira, 27, para avaliar a situação do sistema energético, constatando que a situação é delicada. Dados do ONS apontam que o volume de chuva se manteve baixo do normal em maio, e o país entra no período seco em situação delicada no que se refere a oferta de água. As regiões Sudeste e Centro-Oeste serão as mais afetadas com a seca neste ano.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) apresentou nesta semana uma sequência de medidas que serão adotadas para enfrentamento do período de seca deste ano. As ações visam preservar as bacias hidrográficas do Rio Meia Ponte, na Grande Goiânia, e do Ribeirão Piancó, no município de Anápolis. O decreto será utilizado como instrumento para regulamentar as ações adotadas pelo Governo de Goiás nos próximos meses.