Exame deve ser feito até 72 horas de vida e pode ajudar detectar doenças oculares

Diagnóstico de filha de Leifert alerta pais para teste do olhinho. | Foto: reprodução

Depois da repercussão do diagnóstico da filha de Tiago Leifert, revelado pelo jornalista na última semana, médicos emitiram nota para alertar sobre a necessidade do teste do olhinho. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) afirmaram que os pais devem fazer o exame no filho nas primeiras 72 horas de vida. Isso pode ajudar na detecção precoce de doenças ocualres.

O jornalista, ex-Globo, revelou que sua filha com a esposa Daiana Garbin enfrenta a doença retinobastom. Os conselhos de classe médicos lamentaram e mostraram solidariedade a Leifert. Como forma de orientar a população, em especial pais, o presidente da CBO, Cristiano Caixeta Umbelino, emitiu uma nota.

A principal orientação de Umbelino é para que casos confirmados sejam tratados com médicos, especialmente oftalmologistas. “Em momentos assim, lacunas de informação podem abrir espaço para distorções que impedem acesso à compreensão sobre como o retinoblastoma se manifesta, pode ser diagnosticado e deve ser tratado”, ressaltou o médico.

Teste do olhinho

Os oftalmologistas da CBO e da SBOP explicaram que o teste do olhinho deve ser feito ainda na maternidade e repetido pelo pediatra ao menos mais três vezes ao ano. O exame deve ser realizado nos três primeiros anos de vida da criança. Depois disso, entre três e cinco anos, o ideal é submeter a criança a exame oftalmológico completo.

Diagnóstico

Se os exames apontarem para tumor, a criança iniciará tratamento a depender de fatores como localização, tamanho, disseminação e possibildiade de preservação da visão. De acordo com a presidente da SBOP, Luísa Hopker, as técnicas de tratamento do retinoblastoma têm apresentado avanços enormes nas últimas décadas.

As taxas de cura apresentam índice superior a 95%. O prognóstico depende da intervenção precoce, do tamanho e disseminação do tumor primário, bem como da presença e localização de possíveis lesões metastáticas. “O caminho terapêutico é adaptado a cada caso individual, com base em aspectos como lateralidade, localização do tumor primário, tamanho do tumor primário, presença de disseminação além do olho, por exemplo, metástase, e prognóstico visual estimado”, afirmou a médica.

A doença

O retinoblastoma é o tumor intraocular maligno primário mais comum em crianças com até cinco anos. A doença tem origem em células da retina e pode afetar um olho (unilateral) ou ambos. Trata-se de um problema de visão raro. Estima-se que por ano aproximadamente 6 mil crianças no mundo sejam afetadas por essa doença.

Entre os sinais que podem indicar sua presença está uma alteração do reflexo vermelho dos olhos, que pode ser observada em fotografias ou no teste do reflexo vermelho. Crianças com essa característica anormal devem ser encaminhadas imediatamente a um oftalmologista. Note-se ainda que há casos de pacientes que apresentam retinoblastoma juntamente com estrabismo.