Em troca de proteção, Messer declarou ter destinado US$ 50 mil (equivalente a mais de R$ 2 milhões) por mês entre os anos de 2005 e 2013 ao procurador regional da República, Januário Paludo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) resolveu arquivar a investigação e um trecho da delação premiada, cujo acordo foi firmado em agosto deste ano, sobre o pagamento de propina por parte do doleiro Dário Messer ao procurador regional da República, Januário Paludo.

Conforme revelado pela reportagem da UOL, no trecho arquivado o doleiro relata que realizava pagamentos ao procurados como uma “taxa de proteção mensal”. A reportagem mostrou ainda que Messer declarou às autoridades ter destinado US$ 50 mil (equivalente a mais de R$ 2 milhões) por mês ao integrante do MPF.

Os repasses, segundo ele, foram realizados entre os anos de 2005 e 2013 em troca da proteção do Ministério Público Federal do Estado do Paraná (MPF-PR). Graças aos repasses, o MPF fazia vista grossa para atos de lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas que envolvessem o doleiro.

À reportagem da UOL o MPF-PR disse, por meio de nota, que Paludo nega ter recebido qualquer quantia de Messer ou de qualquer investigado pela Força Tarefa.

Segundo o documento, o procurador afirmou que tudo o que foi relatado pelo doleiro foi analisado por uma instância independente do Ministério Público que, por sua vez, acabou decidindo pelo arquivamento do depoimento após entender que não há “mínimas provas do envolvimento do procurador em ilícitos”, pontua o documento.