Ex-prefeito tucano diz que há indícios de vários crimes cometidos por Renato de Castro (PMDB) e Câmara deve apurá-los 

Ex-prefeito Jalles Fontoura | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Uma gravação controversa envolvendo o ex-prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), e o atual vice-prefeito, Carlos Veículos (DEM), tomou as redes sociais na última semana. O áudio mostra os dois conversando sobre uma possível cassação e analisando o cenário pós-Renato de Castro (PMDB).

Aliados da atual gestão aproveitaram o fato para levantar uma suposta conspiração, promovida por Jalles Fontoura e pelo vice, que rompeu com o prefeito no começo do ano.

No entanto, durante entrevista ao Jornal Opção, o tucano classificou as acusações como “fake news” e minimizou o conteúdo da gravação. Segundo ele, a conversa diz respeito a um fato, que é a cassação de Renato de Castro — ocorrida no dia 9 de maio pelo juiz André Reis Lacerda, de Goianésia.

“Foi apenas um comentário que eu fiz para Temal [Carrilho] e para o Carlos [Veículos] sobre o que está acontecendo na cidade. Na verdade, caso a condenação venha a ser referendada pelo TRE por fraude eleitoral, Renato de Castro será afastado do cargo. Ou seja, ele não pode jamais se colocar como vítima”, disse.

Jalles Fontoura insiste no fato de que o prefeito tenta se vitimizar, mas que, na verdade, deve ser responsabilizado pelos crimes que teriam sido cometidos durante as eleições de 2016 (quando o tucano perdeu a reeleição). “A tentativa de se colocar como vítima de perseguição do MP, da oposição, da Justiça, de um complô, não passa de uma falsidade sem tamanho”, rebateu.

Além disso, o tucano  fez questão de destacar que há uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmara de Goianésia para apurar gastos não autorizados de R$ 1,2 milhão com “festas” por parte do Executivo.

“Então não precisa que eu articule nada contra o prefeito. Ele comete vários crimes, irregularidades, que dão sentido não só à CEI, mas também à uma comissão processante para julgá-lo”, arrematou.

Entre as irregularidades que teriam sido cometidas por Renato de Castro, segundo Jalles Fontoura, está o suposto descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta do Jardim do Cerrado, a “transformação” do aterro sanitário em um lixão à céu aberto na região da nascente do rio que abastece a cidade, bem como supostos casos de nepotismo — como a nomeação do pai para a Casa Civil.

“Estou cuidando de colocar água em Goianésia, cuidando do meu trabalho e estou em Goiânia. Não conspiro. e torço para que cidade encontre caminho melhor. Goianésia teve nos 64 anos de cidade administrações de alto nível independente do partido, mas esta, infelizmente, não atende aos anseios do povo”, completou.

Veja abaixo a gravação e a resposta do prefeito Renato de Castro (PMDB), durante coletiva de imprensa.