Após 21 anos, uma mulher volta a ocupar a cadeira destinada aos advogados na composição do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). A advogada goiana Ludmila Rocha Cunha Ribeiro, de 42 anos, foi nomeada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como juíza substituta na vaga decorrente do término do primeiro mandato de Laudo Natael Mateus. Ludmila foi a segunda mais votada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

A advogada explica que o processo teve início há quase um ano, na segunda quinzena de julho do ano passado. Ela ressalta que o processo começa com um ofício do presidente do TRE ao presidente do Tribunal de Justiça, informando que o cargo está prestes a ficar vago.

“A partir daí, o presidente do TJ, Carlos Alberto França, convocou o Órgão Especial e meu nome foi escrutinado, figurando em segundo lugar na lista tríplice. Com isso, a lista é enviada ao TSE onde, após a relatoria, é submetida ao plenário para apreciação dos nomes”, frisa.

Ludmila Rocha pondera que o nome mais votado, o Dr. Laudo Natael Mateus, buscava a recondução e já estava na cadeira. “Figurar na lista, seja qual for a posição, é um inequívoco voto de confiança dado pelos integrantes do Tribunal de Justiça do meu Estado no meu trabalho”, observa.

Vale ressaltar que já existem outras mulheres no TRE, mas há mais de 20 anos a vaga de jurista não era ocupada por uma mulher. “Fico honrada em poder representar a advocacia e as mulheres advogadas”, afirma.

“Certamente minha indicação pelo Tribunal de Justiça se deu pela minha atuação jurídica profissional e acadêmica”, disse a advogada. A posse depende da designação de data do presidente do TRE, que ainda não foi marcada.

Perfil

Ludmila Rocha Cunha Ribeiro se graduou na Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2005. Iniciou na advocacia em 2012, assumindo a direção jurídica de uma grande empresa de logística presidida por Rivas Rezende, onde permaneceu até a venda da empresa. Posteriormente, abriu seu próprio escritório, onde se dedicou à advocacia voltada para questões jurídicas complexas, geralmente discutidas em Tribunais Locais, Tribunais Superiores, Agências e Ministério Público.

Há três anos, retornou à academia para iniciar uma pesquisa de mestrado em Direito de Estado, orientada pelo professor Floriano Azevedo Marques Neto, atualmente Ministro do TSE. Desde então, tem se dedicado, na vida acadêmica, a questões que envolvem o relacionamento público-privado, questões democráticas, uso de tecnologia na administração pública, entre outros temas. “Isso me levou a pensar em retribuir com meu trabalho pelo tanto que recebi e recebo, devolvendo aquilo que o Estado me proporcionou em estudo e pesquisa ao TRE”, pontuou.

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