Apesar do contato domiciliar com contaminados, por que algumas pessoas não adoecem?
10 julho 2020 às 12h52

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Epidemiologista conversou com a reportagem e explicou quais são as hipóteses atualmente consideradas pela medicina

Os especialistas ainda buscam respostas para casos em que algumas pessoas, apesar de rodeadas por outras contaminadas com a Covid-19, não adoecem. Já existem estudos que buscam explicar exatamente essa questão que permanece como uma grande dúvida na cabeça dos mais condecorados especialistas do Brasil e do mundo.
Em entrevista ao Jornal Opção na manhã desta sexta-feira, 10, a médica infectologista Luciana Duarte, explicou que muitas vezes uma pessoa chega a apresentar um quadro exuberante de sintomas da doença, testa positivo, no entanto, as pessoas que a cercam em seu convívio domiciliar seguem inabaladas.
“Não temos nada que comprove cientificamente o porquê isso acontece. Já temos alguns estudos em andamento nesse sentido, mas o que consideramos hoje são apenas algumas hipóteses”, explica.
A primeira delas é a mais óbvia: a possibilidade da pessoa ter conseguido, por algum motivo, escapar da contaminação da doença. “Apesar de ser algo muito difícil, dado o convívio, sabemos que essa possibilidade existe”, completou.
A segunda hipótese, segundo a especialista, seria a possibilidade da pessoa ter atravessado um quadro assintomático da doença e o exame não ser preciso o suficiente para diagnosticá-la positivamente.
Por fim, a infectologista considerou a possibilidade da pessoa estar, naquele momento, adentrando à fase de incubação da doença onde, dias após, é que irá, ou não, começar a sentir os sintomas.
Essas são as diferentes explicações consideradas pela medicina que busca, incansavelmente, evidências científicas que possam explicar melhor o que de fato acontece. A Universidade de São Paulo, por exemplo, já iniciou uma sequência de testes na tentativa de desvendar o mistério.
Médicos e cientistas já sabem que uma parcela da população tem um sistema imunológico capaz de enfrentar com sucesso a doença, acontece que pesquisadores suspeitam que a genética pode dar novas explicações.