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Movimentação vai na contramão das orientações do governador Ronaldo Caiado (DEM) que pediu, no último sábado, a colaboração de todos. “Ninguém quer causar prejuízo a quem quer que seja. O que nós queremos é salvar vidas”, disse o chefe do Executivo

Manifestação na porta do Paço Municipal em prol da derrubada do decreto assinado pelo prefeito Rogério Cruz e endossado pelo governador Ronaldo Caiado / Foto: Reprodução

Uma extensa carreata percorreu as principais vias da capital na manhã desta segunda-feira, 1. Organizada por trabalhadores, em sua maioria comerciantes, os participantes reivindicavam o “direito ao trabalho”, bem como “à liberdade”, “à sobrevivência” e a “derrubada do lockdown” – medida adotada pelo Executivo diante do agravamento dos casos de coronavírus e a superlotação das UTIs de todo Estado.

A carreata teve início no mercado do Setor Pedro Ludovico, seguiu em direção a Praça Cívica e depois ao Paço Municipal. No último ponto do trajeto, os motoristas deixaram seus carros e ocuparam as intermediações do Paço municipal onde gritavam e exibiam cartazes com as mesmas reivindicações.

A movimentação vai na contramão do que foi explanado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) na tarde do último sábado, 27, minutos antes de divulgar o decreto assinado em parceria com as prefeituras da Região Metropolitana. Caiado destacou, na ocasião, o esforço para conter proliferação do vírus e garantir atendimento médico à população.

“A ponderação que faço nessa hora é que reflitam bem. Ninguém quer causar prejuízo a quem quer que seja. O que nós queremos é salvar vidas. Um período curto para nós baixarmos esse percentual e não chegarmos ao ponto que a população não tenha serviço médico para ser atendida”, disse o governador.

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) também direcionou seu discurso no mesmo sentido: “Quero aqui lembrar que não adianta aumentar leitos. A cada dez pessoas que entram no leito de UTI, cinco perdem a sua vida. Portanto, contamos com o apoio de toda a população goianiense, de todos que residem nos municípios do Estado Goiás, para que possam fortalecer o nosso pedido, o nosso decreto”.

O número de internações pela Covid-19 no Estado segue avançando. Desde o último sábado, 27, houve um crescimento da taxa de ocupação dos leitos destinados ao tratamento do coronavírus de 1,3%. Com isso, Goiás chega aos 97,3% dos leitos ocupados.

Apesar do empenho do governo de Goiás em prol da abertura de novos leitos, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, destaca que a situação é considerada calamitosa. São, ao todo, 407 leitos de UTI exclusivos para tratamento da Covid-19 no Estado. Destes, restam apenas 11 disponíveis. 10 deles estão bloqueados e os outros 386, ocupados.