Observatório Sebrae mostra que dos negócios que seguem ativos, 26% mantém nível pré-pandêmico. Somente em Goiás, micro e pequenas são responsáveis por 83% dos empregos gerados

Uma pesquisa realizada pelo Observatório Sebrae Goiás, feita no terceiro trimestre de 2021, mostra que 85% dos micro e pequenos negócios estão operando e desses, 26% estão da mesma forma que antes, em Goiás. O levantamento revela ainda que 59% estão funcionando com mudanças por causa da crise; 9% tiveram o funcionamento interrompido temporariamente e 6% decidiram fechar a empresa de vez.

O estudo também mostrou que os três setores que continuam funcionando, mesmo diante da pandemia, são oficinas e autopeças com 40%, indústria e outros com 37% e saúde com 36%. Entre os que estão funcionando com mudanças por causa da crise, encabeçam as academias e negócios de atividades físicas com 73%, educação com 71%, e beleza com 70%. Mesmo com a reabertura de milhares de negócios, total ou parcialmente, houve uma queda de 71% no faturamento, se comparado ao período antes da pandemia. A redução média do faturamento entre as que apresentaram queda foi de 34% e apenas 12% tiveram aumento no faturamento. 

O Diretor superintendente do Sebrae Goiás, Antonio Carlos de Lima Neto, ressaltou porque é tão importante as MPEs se recuperarem. Somente em Goiás, elas são responsáveis por 83% dos empregos gerados. Percentual maior que o nacional que é de 79%. Segundo dados do CAGED, de janeiro a outubro deste ano foram gerados 88.457 novos postos de trabalho em Goiás. Além disso, Antônio Carlos aponta que, 55% da massa salarial do estado está nas pequenas empresas. “As empresas tiveram que se adaptar, se reorganizar e se ajustar para enfrentar o novo cenário pandêmico. Não foi fácil, mas os números mostram vontade e necessidade de superação fizeram a diferença”, enfatizou.

De acordo com a pesquisa feita pelo Observatório Sebrae, 21% das MPEs do turismo, bares e restaurantes tiveram o funcionamento interrompido temporariamente pela pandemia e centenas fecharam as portas porque não conseguiram sustentar a falta de consumidores. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-GO), Danilo Ramos, diz que 2021 começou com 95% das empresas sem conseguir saldar a folha de pagamento, que é a principal despesa desse tipo de negócio. “Hoje a situação é um pouco mais confortável, nos encontramos com 30% dos empreendedores com dificuldade de pagar essa dívida. A gente teve uma melhora que está totalmente relacionada com flexibilização das atividades, porém o que mais pesa neste momento ainda é o endividamento. Mais há muito otimismo na, relatou Danilo. 

Expectativa 

Antonio Carlos disse também que para 2022 espera números melhores do que os deste, mesmo tendo em vista que o cenário não é muito positivo, com inflação e juros altos. “Ao mesmo tempo em que as medidas foram tomadas, ainda temos um alto índice de desemprego. Acredito que o trabalho do Sebrae vai promover o desenvolvimento dos empreendedores e fortalecer os pequenos negócios. Como consequência, vamos gerar mais emprego e renda. É um passo de cada vez”, enfatiza o Diretor Superintendente.

Para 2022, o Diretor de Tecnologia do Sebrae Goiás, João Carlos Gouveia, prevê que haverá a consolidação dessas empresas que não fecharam, crescimento das que tiveram o funcionamento interrompido e, conforme o ambiente econômico do País, a expectativa é que muitos CNPJs sejam abertos em Goiás e no Brasil. O Diretor Técnico, Marcelo Lessa, faz a mesma projeção. Ele disse que vislumbra para o próximo ano, um cenário muito melhor para as MPEs, assim como para toda economia brasileira.