Pesquisa revela que os mandatos de 2021 a 2024 são majoritariamente de homens; no Centro-Oeste, apenas 55 cidades possuem gestões femininas

Apenas 12% das mulheres estão à frente de prefeituras no Brasil, um país onde elas representam 51% da população. A constatação consta na segunda edição do Censo das Prefeitas brasileiras, lançada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em parceria com o Instituto Alzira. Segundo o levantamento, os números são ainda menores para as mulheres negras, que representam 27% da população, mas são governantes em apenas 3% administrações municipais país. Em contrapartida, os homens seguem no comando de 88% das prefeituras brasileiras. 

Os números também mostram que no Centro-Oeste, 12% das administrações municipais são lideradas por mulheres. Isto representa 55 cidades. Vale destacar ainda a experiência política, já que 70% já foram eleitas em outro cargos, o que significou um aumento de 16% em relação a pesquisa realizada em 2016. Em Goiás, este número fica em 14,2%, já que de 246 municípios, 33 são de gestões femininas.  

Para o levantamento, cerca 42% das 673 prefeitas em exercício foram entrevistadas, incluindo vices que assumiram após a morte de dezenas de lideranças municipais por Covid-19. As principais dificuldades apontadas pelas entrevistadas somam um total de nove obstáculos, sendo o primeiro deles o assédio ou violência política já vivida pelo simples fato de ser mulher, apontou 53% das prefeitas. Já 48% delas apontaram que a falta de recursos para a campanha contabiliza mais um desafio na política brasileira. Para 30% o assédio e violências simbólicas no espaço político também influencia.  

Mais 24% das entrevistadas falam de uma falta de espaço na mídia, em comparação com políticos homens. Em seguida, 23% aponta o desmerecimento do trabalho realizado ou falas; 22% a falta de apoio do partido e/ou base aliada. Por fim, mais 22% aponta a sobrecarga de trabalho doméstico, o que acaba gerando uma dificuldade na participação na política e 8% desse número fala sobre a falta de apoio da família.  

O censo, de mandato de 2021 a 2024,  foi debatido durante o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), durante a XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada pela CNM.