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Levantamento feito pelo Instituto Rui Barbosa aponta que menos de 10% das crianças estão matriculadas na pré-escola de Aparecida de Goiânia

Com avanço na vacinação e do retorno as atividades e principalmente das aulas presenciais, volta a centro do debate a necessidade de vagas para atender a demanda do ensino, sobretudo, a educação infantil e creches. Mas infelizmente a realidade nas maiores cidades é de um grande deficit de vagas – Aparecida de Goiânia, que é a segunda maior cidade do Estado tem um deficit 29 mil vagas.

O cenário está retratado no levantamento do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), vinculado aos Tribunais de Contas dos Estados. Os dados do Comitê têm como bases o Censo Escolar da Educação Básica 2020, as estimativas municipais anuais do IBGE e informações de nascidos vivos e mortalidade do Ministério da Saúde, referentes a 2019.

No relatório é apontado que em Aparecida de Goiânia são 32.156 crianças com idade entre 0 e 3 anos, aptas a terem o benefício da matrícula em cheches públicas. Entretanto, apenas 3.007 estão matriculadas – o que representa 9,35% da demanda.

Entrar no ensino infantil possibilita aprendizado, desenvolvimento cognitivo e proteção social com relevância mesmo quando se é tão pequeno. De acordo com especialistas em Educação, quem está fora da sala de aula acaba por perder um momento especial para aprimorar as habilidades de socialização e de construção da identidade.

Para o presidente do CTE-IRB, Cezar Miola, a pandemia acentuou a piora nos índices, uma vez que várias famílias estão perdendo renda e transferindo os filhos para o ensino público, podendo levar a uma sobrecarga nas redes. Além disso, avalia que a oferta de vagas é preponderante para a manutenção ou a reinserção dos pais no mercado de trabalho.

O CTE-IRB leva em conta os quantitativos da população e não a demanda manifesta das famílias, ainda que a matrícula de crianças.

Nota

Em nota a Secretaria de Educação de Aparecida de Goiânia informou que tem atuado para atender toda a demanda do ensino infantil na cidade implantando novos Cmeis e estabelecendo novos convênios com entidades para abrir novas vagas.

Em 2009, a cidade possuía apenas 6 Cmeis e que atualmente são 32 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e 22 unidades conveniadas que atendem 9.472 crianças de 6 meses a 5 anos, sendo que 7.765 estão matriculadas na rede municipal.

Atualmente, a Secretaria de Educação busca recursos para construir mais 15 unidades de ensino cada uma com capacidade para atender 180 crianças e tem estabelecido novos convênios com entidades de acordo com a legislação.

A Secretaria de Educação esclarece ainda que para nortear o trabalho tem considerado a demanda espontânea por vagas, atualmente em seis mil.