Tutu chegou a ser a ‘face’ do movimento antiapartheid no exterior e ganhou o Nobel da Paz por sua atuação

Vencedor do Nobel da Paz e veterano na luta contra o apartheid, na África do Sul, o arcebispo Desmond Tutu morre aos 90 anos. Informação foi divulgada pelo governo do país sul-africano, na madrugada deste domingo. Tutu, que morreu na Cidade do Cabo, foi considerado um “testemunho duradouro de sua fé” na reconciliação entre uma nação dividida.

“O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de notáveis ​​sul-africanos que nos legou uma África do Sul libertada”, afirmou o presidente Cyril Ramaphosa.

Durante sua vida, Tutu pregou contra a tirania da minoria branca e lutou em prol de um país mais justo. Ele chegou a lamentar, inclusive, em seus últimos anos, o fato de seu sonho de uma “Nação Arco-Íris” não ter se tornado realidade.

Tutu era filho de um professor e nasceu em Klerksdorpo, cidade conservadora a oeste de Joanesburgo, em 7 de outubro de 1931. Quando decidiu se filiar à igreja, estudou no St. Peter’s Theological College. Foi ordenado sacerdote em 1961 e continuou os estudos no King’s College, em Londres.

O arcebispo lutou ao lado de Nelson Mandela e se tornou face do movimento antiapartheid no exterior – inclusive enquanto Mandela e outros líderes do Congresso Nacional Africano (ANC) estavam atrás das grades. “Nossa terra está queimando e sangrando, por isso peço à comunidade internacional que aplique sanções punitivas contra este governo”, declarou, em 1986.

Ele se casou com Leah em 1955, teve quatro filhos e vários netos. Durante sua aposentadoria, Tutu enfrentou um câncer de próstata e acabou se retirando da vida pública.