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O próprio prefeito de Goiânia explicou que a esposa reduziria atividades no Paço para evitar o uso da máquina pública a favor da eleição da primeira-dama e garantir um pleito mais equilibrado

Primeira-dama de Goiânia, Thelma Cruz reduziu a agenda política para não desequilibrar a disputa, enquanto em Aparecida ocorre o contrário. Isso, porque o recém-empossado prefeito do município, Vilmar Mariano (Patriota), decidiu manter a maioria dos secretários do antecessor Gustavo Mendanha (Patriota) na Prefeitura – o que inclui a esposa do ex-prefeito, Mayara Mendanha. A ex-primeira dama continua à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social, cargo que ocupa desde o primeiro ano de mandato do marido, em 2017. Sem implantar um único programa social permanente, a continuidade da mulher do ex-chefe do Poder Executivo municipal é vista por interlocutores como uma possível base eleitoral para favorecer ao projeto dele para as próximas eleições.

Diferente de Mayara, a pré-candidata ao cargo de deputada estadual, apesar de nunca ter ocupado cargo oficial na prefeitura, Thelma Cruz, reduziu as atividades por lá ao decidir disputar o pleito. Segundo Rogério Cruz, a medida visa evitar o uso da máquina pública a favor da eleição da primeira-dama e garantir um pleito mais equilibrado. Vestida de condições morais e coerentes, a atuação política dela foi fortalecida pelas ações da Prefeitura de Goiânia, principalmente no âmbito social, área em que Thelma atua há décadas, muito antes de ser primeira-dama de Goiânia. Ela chegou as ser missionária na África. Da mesma forma, quem também se mantém distante máquina pública em prol da não interferência no pleito é a primeira-dama de Anápolis, Vivian Naves (PP). Atualmente, por ser pré-candidata a uma cadeira da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Naves não possui nenhum cargo oficial na Prefeitura de Anápolis.

Além de não ter se afastado da prefeitura de Aparecida, com possível busca de favorecer o esposo nas próximas eleições, Mayara Mendanha não cumpriu parte das promessas de campanha referentes a pasta que ela lidera. Uma delas envolve o combate a fome no município. Isso, porque na campanha pelo segundo mandato, uma das principais promessas do ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, foi a implantação de um Banco de Alimentos, que, na prática, consistiria na disponibilização de cestas básicas para aparecidenses em condições sociais e econômicas precárias. No entanto, após um ano ano e três meses, não foi dado nenhum passo aparente em prol da concretização desse projeto.

O plano de criar o Banco de Alimentos nasceu, segundo Mendanha, em consonância com a mobilização feita pela prefeitura durante a quarentena obrigatória em razão da pandemia, para distribuir milhares de cestas básicas às famílias mais afetadas pelos efeitos econômicos da Covid-19. “Essas ações de combate à fome vão continuar na nossa próxima administração, através do Banco de Alimentos de Aparecida. Com o centro de arrecadação de alimentos poderemos não só combater a fome, mas evitar o desperdício de alimentos”, explicou, na época da campanha. Só ficou na promessa.