Anvisa determina que ivermectina deve ser usada apenas com receita médica
23 julho 2020 às 18h36

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Conselho Regional de Farmácia alerta para a falta de comprovação científica do medicamento contra a Covid-19 e dos riscos que pode causar

Para conter o uso indiscriminado de ivermectina, a Anvisa publicou nesta quinta-feira, 23, documento que estabelece regras de controle específicas para a prescrição, dispensação e escrituração do vermífugo e outros três fármacos: cloroquina, hidroxicloroquina e nitazoxanida (Anitta).
Estes medicamentos passam a compor uma lista específica de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ISPII) para combate da pandemia de Covid-19 e só podem ser vendidos com receita médica e retenção de uma das vias do receituário.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) alerta contra a automedicação com ivermectina ou qualquer medicamento sob a alegação de prevenir a doença causada pelo coronavírus. A entidade alerta que não existe qualquer evidência científica de medicamento capaz de evitar o contágio pelo vírus Sars-CoV-2.
Por enquanto, as únicas medidas comprovadamente eficazes e recomendadas pelo Ministério da Saúde são o distanciamento social, a higienização frequente das mãos e o uso de máscaras.
Perigos
O Conselho alerta ainda que a utilização de ivermectina, quando há sinais de hiperinflamação, pode acometer o Sistema Nervoso Central. O médico, assim, deve fazer uma rigorosa avaliação do risco-benefício antes de prescrever este medicamento, estando atento, principalmente, aos sinais e sintomas de alteração do estado mental e sensorial do paciente.
Além de coibir a compra indiscriminada de medicamentos que têm sido divulgados inveridicamente como benéficos no combate ao coronavírus, a resolução da Anvisa objetiva também manter os estoques destinados aos pacientes que já possuem indicação médica para uso desses produtos.