Anvisa aprova medicamento para câncer de ovário resistente à quimioterapia

02 setembro 2025 às 16h22

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento mirvetuximabe soravtansina, conhecido comercialmente como ELAHERE, para o tratamento de casos de câncer de ovário resistentes à platina – substância que serve como base da quimioterapia tradicional.
Até então, pacientes diagnosticadas com esse tipo de resistência tinham como única alternativa os cuidados paliativos, sem possibilidade de continuidade terapêutica capaz de controlar o avanço da doença. Com a liberação, publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira, 28, o fármaco produzido pela biofarmacêutica AbbVie passa a ser a primeira opção aprovada no Brasil especificamente para esse cenário clínico.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de 7.310 novos casos de câncer de ovário por ano no país entre 2023 e 2025. A doença é considerada de difícil diagnóstico e, em muitos casos, identificada apenas em estágios avançados.
Estudos clínicos internacionais de fase 3 demonstraram que o mirvetuximabe soravtansina reduziu em 35% o risco de progressão da doença e em 33% o risco de morte em comparação a formas convencionais de quimioterapia. Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine e apresentados na Reunião Anual sobre Câncer Feminino da Sociedade de Oncologia Ginecológica, nos Estados Unidos.
A inovação também já recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, e da European Medicines Agency (EMA), na União Europeia, em 2024. Para especialistas, a chegada do medicamento ao Brasil representa uma mudança importante no tratamento do câncer de ovário resistente à platina, oferecendo esperança a pacientes que enfrentavam um cenário limitado de alternativas.
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