Armando Vergílio e o ex-presidente do Ipasgo Nelson Siqueira de Morais também são citados em inquérito e podem responder pelos crimes de peculato e improbidade. Presidente regional do Solidariedade nega envolvimento

Reprodução: Câmara de Goiânia
Reprodução: Câmara de Goiânia

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decarp) concluiu nesta segunda-feira (9/2) inquérito policial que comprovaria a participação do presidente da Câmara de Goiânia, Anselmo Pereira (PSDB), em um esquema de utilização de mão de obra pública do governo do Estado em benefício próprio.

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Além do tucano, Armando Vergílio (Solidariedade) e o ex-presidente do Ipasgo Nelson Siqueira de Morais também são citados no inquérito e podem responder pelos crimes de peculato e improbidade administrativa.

Segundo o delegado que comandou as investigações, Rômulo Figueiredo de Matos, ao menos quatro servidores contratados indevidamente pelo Ipasgo foram cedidos de forma ilegal para a extinta Secretaria de Governo e de Assuntos Institucionais, então comandada por Armando Vergílio.

No entanto, o “empréstimo” de pessoal nunca teria ocorrido na prática, e os funcionários teriam sido lotados para o gabinete do vereador Anselmo Pereira. Em entrevista ao Jornal Opção Online, o delegado contou que um dos servidores prestava serviço como motorista e outra como secretária de Anselmo.

“Tudo o que foi pago a estes servidores foi concedido de forma indevida, já que não houve qualquer prestação de serviço para o Estado, o que se configura em peculato”, explicou o delegado, acrescentando que encaminhará o inquérito ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para que seja oferecida ação civil pública em desfavor dos indiciados.

Além disso, o titular ressalta que existe indícios de que os mesmos funcionários teriam trabalhado como cabos eleitorais durante a campanha política de 2006 para um candidato a deputado estadual ligado ao vereador Anselmo. O titular, no entanto, preferiu não citar o nome do então candidato, segundo ele, devido à falta de provas quanto ao possível envolvimento.

À reportagem, Armando Vergílio negou a participação em qualquer ato ilícito e alegou que seu nome foi citado de forma injusta e indevida, “apenas por ter sido o secretário de Governo à época”. “A princípio entendo que se trata de uma ação de cunho político”, ressaltou.

O Jornal Opção Online tentou entrar em contato com o vereador Anselmo Pereira, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.