Segunda maior empreiteira do País fechou acordo de delação e leniência com Procuradoria Geral da República. Além disso, irá pagar R$ 1 bilhão em multa

Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, foi uma das obras da Copa em que a Andrade Gutierrez esteve envolvida | Foto: Cristine Rochol
Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, foi uma das obras da Copa em que a Andrade Gutierrez esteve envolvida | Foto: Cristine Rochol

A empreiteira Andrade Gutierrez, uma das envolvidas na Operação Lava Jato, fechou acordo de delação e leniência com a Procuradoria Geral da República (PGR) que deve resultar em uma série de confissões. A empresa irá relatar que pagou propina em obras brasileiras da Copa do Mundo, da Petrobras, da usina nuclear Angra 3, da Belo Monte e da Ferrovia Norte-Sul.

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Só na Copa do Mundo, a empresa esteve envolvida na construção da Arena Amazonas, em Manaus (AM), e nas reformas do Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) e no Mané Garrinha, em Brasília (DF).

Segunda maior empreiteira do País, a Andrade Gutierrez pagou, até o momento, a maior multa da Lava Jato, de cerca de R$ 1 bilhão, e a maior indenização, de R$ 800 milhões. A empresa é acusada de, juntamente da Odebrecht, de ter pago R$ 632 milhões em suborno para conseguir contratos com a Petrobras. O dinheiro era destinado a comprar o silêncio de agentes públicos no que diz respeito aos acordos feitos pelas empresas para realizar as obras que queriam, baseados na experiência na área, valores contratuais e porte da obra.

A delação premiada pode livrar a empresa de ser proibida de celebrar contratos com o poder público. Um possível impedimento neste sentido seria altamente prejudicial para a empreiteira que, assim como outras companhias da área, depende fortemente das obras estatais para sobreviver. (Com informações da Folha de S. Paulo)