Ambulantes não querem deixar Rua 44 e protestam contra Prefeitura de Goiânia
25 julho 2014 às 11h46
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Ato reuniu cerca de 200 pessoas. Comerciantes populares alegam que o número de trabalhadores populares chega a dois mil
A autorização da criação da Feira da Madrugada pelo prefeito Paulo Garcia (PT) no último dia 14 não resolveu o impasse entre a gestão municipal, ambulantes e lojistas da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário. A autorização permite que 525 comerciantes possam atuar nas calçadas da rua, entre 21h e 6h da manhã. Entretanto, o número de permissões, segundo os próprios ambulantes, é insuficiente. Por esse motivo, na manhã desta sexta-feira (25/7), os feirantes fecharam a rua e manifestaram contra a decisão da prefeitura e da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Serviços (Semic).
O presidente da Associação Cidadã da Rua 44 Anderson Oliveira salientou ao Jornal Opção Online que há cerca de dois mil ambulantes reivindicando o direito de trabalhar na feira. “Estamos manifestando porque precisamos trabalhar e queremos que o prefeito reveja as autorizações, pois não somos apenas 525 ambulantes”, disse.
O secretário municipal de Trabalho, Indústria, Comércio e Serviços, Giovanny Bueno, acreditava que a decisão da prefeitura resolveria o impasse entre os lojistas e comerciantes populares que já se estendem há anos, pois os empresários consideram a concorrência comercial desleal, sendo que os ambulantes não pagam impostos e vendem os produtos abaixo do valor de mercado, além da carência de impostos por parte dos comerciantes populares.
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Na época da autorização por parte do petista Paulo Garcia, o secretário Giovanny Bueno elogiou o grupo de ambulantes, dizendo que eles tinham legitimidade em atuar na capital. “São pessoas que estão dentro do fluxo econômico da cidade, fazem suas roupas aqui, gastam seu dinheiro aqui, constroem sua atividade econômica aqui em Goiânia”, disse.
Outros trabalhadores da região discordam dos protestos e da permanência dos ambulantes na rua. “Eles atrapalham os que pagam impostos, deixam as ruas sujas e querem trabalhar período integral, indo contra a autorização da administração da cidade”, disse um taxista que trabalha há 20 anos no local.
A Polícia Militar acompanhou o protesto de longe e guardas da Secretária Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) desviavam o trânsito para as ruas adjacentes. A região é bastante movimentada, já que fica em frente a Rodoviaria da capital.
Segundo o presidente da Associação Cidadã, nesse sábado (26) voltarão a se reunir. “Queremos que o secretário Giovanny Bueno nos dê atenção e olhe para as famílias que tiram o sustento da feira. Não vamos parar por aqui e não vamos nos retirar no dia 14 do próximo mês [data definida para que os ambulantes deixem a região”, finalizou Anderson Oliveira.