Fraudes, abuso de autoridade e desperdícios estão entre os termos utilizados em um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a gestão do governo Bolsonaro. O documento lista ao todo 29 áreas da administração pública federal com “alto risco”.

O relatório foi entregue na tarde desta quarta-feira, 16, ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Ele é o coordenador da equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dentre as áreas com mais irregularidades estão saúde, educação, transporte, benefício assistencial, obras paralisadas e contratação pública. Foram apontados crescimento de R$ 153 bilhões para R$ 313 milhões no investimento em ações sociais. Entretanto, há R$ 5 bilhões por ano de prejuízo por pagamentos indevidos.

Além disso, 37% das obras do governo federal estão paralisadas. Para o Tribunal, os motivos indicados são projetos elaborados e falta de articulação entre os Poderes Executivo e Legislativo.

“Esses riscos representam problemas crônicos do país, sobre os quais o Tribunal já realizou diversas ações, mas não observou progresso satisfatório para sua solução”, cita trecho do documento. Os técnicos da Corte utilizaram informações atualizadas dos meses de abril e maio deste ano para atualizar a situação fiscal do governo, que passa por processo transitório.

Transparência

O TCU frisou como ponto crítico a ausência de transparência do governo federal com dados públicos do erário para o acompanhamento e fiscalização da sociedade.