Número de unidades locais cresceu 7,2% desde 2018; no ranking nacional, setor comercial de Goiás fica em 8º lugar, mas remunerações se mantém na 12ª posição

Região da 44, em Goiânia | Foto: Governo de Goiás

Número de unidades locais, ou seja, lojas, de Goiás bateu recorde em série histórica iniciada em 2007. Isso, porque a levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado na última quinta-feira, 29, mostrou que o número de unidades locais registrado em 2019, de 65,4 mil unidades é 7,2% maior que o registrado em 2018 e 1,4% mais alto que o de 2015 – que, até então, havia sido o maior número da série.

De modo geral, com esse aumento, subiram também os gastos com salários, retiradas e demais remunerações em empresas comerciais, número que passou de R$ 6,7 bilhões para R$ 7,5 bilhões. Em contrapartida, a quantidade de pessoas empregadas nessas empresas caiu de 338,3 mil para 335,5 mil, de 2018 para 2019.

O IBGE explica que o aumento das lojas se deu, principalmente, devido a expansão do comércio varejista goiano, que aumentou de 44,6 mil lojas para 49,9 mil, de 2018 para 2019. Concomitantemente a alta de unidades locais, gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais também registraram aumento de R$ 4,3 bilhões para R$ 4,7 bilhões. No entanto, apesar da maior quantidade de gastos, assim como no cenário geral do estudo, o número de pessoas empregadas teve queda. Em 2018, 248,1 mil pessoas estavam empregadas nesse setor, número que foi reduzido para 239,4 mil no ano seguinte.

Apesar de o comércio varejista ter registrado alta, quem não esteve bem nesse cenário foi o comércio de veículos e o comércio atacadista, que reduziu 6,2% de 2018 para 2019 – número que diminuiu de 8,6 mil para 8,1 mil. Ainda diferente do comércio varejista, o atacadista, apesar de ter tido queda na quantidade de unidades locais, aumentou o número de pessoas empregadas – que subiu de 56,5 mil para 58,4 mil. Apresentando melhor remuneração entre os grupos, o total gasto com salários foi de R$ 1,8 bilhão, que representa um valor médio mensal de R$ 2.434 em 2019.

Já o comércio de veículos, peças e motocicletas, ao mesmo tempo que teve redução de 4,9% em suas lojas, do ano de 2018 para 2019, registrou aumento de 11,6% no quantitativo de pessoal ocupado. Enquanto em 2018 mais de 33,6 mil pessoas estavam empregadas, em 2019 esse número subiu para 37,5 mil. Os gastos com salários e demais remunerações foram de R$ 950,3 bilhões – que pode ser convertido a um salário médio de R$ 1.946.

Mesmo que o comércio varejista tenha expandido significativamente mais que os outros setores comparados, correspondendo a 76,3% do comércio total do estado, quando se comparam remunerações, o cenário não se mantém tão positivo. Em 2019, enquanto o varejo pagava, em média, R$ 1.499 – número que representava um salário-mínimo e meio –, o comércio de veículos remunerava seus empregados com cerca de R$ 1.946 e o atacado com R$ 2.434. A receita bruta de revenda de mercadorias, que totalizou R$ 73,6 bilhões, também foi superior no comércio atacadista.

Baixa remuneração

No ranking brasileiro, com o aumento da quantidade de lojas no estado, Goiás se classifica na oitava posição de maior número de pessoas empregadas, com 333,5 mil pessoas em 2019. Esse número, apesar de positivo, não é compatível com a remuneração que é paga aos funcionários, uma vez que a unidade federativa cai de posição para o 12º lugar quando a questão são os salários. O valor médio mensal pago ao trabalhador goiano no setor comercial foi de apenas R$ 1.712, abaixo da média nacional e atrás de estados como Tocantins, Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso do Sul – estados com pouca representação comercial no país.